Nascido na Ucrânia, o lateral-esquerdo Oleksandr Zinchenko deu uma declaração surpreendente nesta semana. Em entrevista à BCC, o jogador do Arsenal afirmou que deixaria o futebol para defender o país onde nasceu na guerra com a Rússia.
“Acho que é uma resposta clara. Eu iria. E é difícil entender que recentemente estávamos na mesma escola, brincávamos no recreio ou no campo de futebol, e agora eles têm de defender o nosso país. Honestamente, é muito difícil aceitar isso, mas é o que é. Não podemos desistir”, disse Zinchenko.
Ele ainda foi perguntado se mantém contato com jogadores russos com quem atuou. O atleta do Arsenal disse que conversou com alguns, mas preferiu não opinar sobre algumas atitudes ou manifestações deles em relação à guerra entre Rússia e Ucrânia.
“Desde a invasão, poucos me enviaram mensagens de texto, e não posso culpá-los porque não é culpa deles. Não posso dizer a eles: ‘Pessoal, façam os protestos lá fora e todas essas coisas’, porque sei que eles podem ir para a prisão”, completou.
Entrevista emocionante de Zinchenko
Em maio de 2022, antes do duelo entre Ucrânia e Escócia pela repescagem por uma vaga na Copa do Mundo do Catar, Zinchenko deu uma declaração direcionada ao povo de seu país. Na época, o conflito armado ainda estava em estágio inicial.
Em entrevista coletiva, o lateral se emocionou e disse que caso tivessem êxito, a classificação seria dedicada aos ucranianos.
“Todo ucraniano tem o sonho de parar a guerra. Eu conversei com muitas pessoas de diferentes países. Falei com crianças ucranianas, eles não entendem nada, mas dizem uma coisa: ‘Eu sonho que a guerra acabe’. No futebol, também temos um sonho. O sonho é ir à Copa do Mundo e dar essa emoção aos ucranianos neste momento difícil. Porque eles merecem”, desabafou o jogador.
A Ucrânia avançou no embate com a Escócia. Entretanto, no último confronto diante do País de Gales, foi superada e bateu na trave na missão de ir ao último Mundial.
Ucrânia recebe novos soldados para guerra contra a Rússia
A Ucrânia busca novas alternativas para conseguir resistir na difícil guerra com o seus país vizinho, a Rússia, por disputa territorial. Prova disso é que, nesta semana, o presidente ucraniano, Volodymyr Zelenskiy, assinou um projeto de lei que diminui a idade para convocação de cidadãos para o confronto. No caso, de 27 para 25 anos. Até aqui, segundo o governo local, mais de 30 mil ucranianos foram mortos durante o conflito.