Na semifinal da Copa Libertadores, o Atlético não terá vida fácil. Em busca do bicampeonato, medirá forças com o River Plate, quatro vezes campeão da América. Além do histórico copeiro, alguns fatores tornam o clube argentino temido. Entre eles está o elenco recheado de história e ‘ameaças’.
Em número, pode-se dizer que o River Plate tem um time titular de nomes perigosos (para o Atlético) e/ou consagrados. Além, é claro, do técnico Marcelo Gallardo, multicampeão pelo Millonarios. A seguir, o No Ataque listou 12 personagens do duelo que defendem a camisa do clube argentino.
Para além dos atletas, é importante considerar a força da torcida do River Plate. O Monumental de Núñez foi reformado recentemente. Agora, é considerado o maior estádio da América do Sul e suporta quase 83,2 mil pessoas.
Armani
A referência começa logo embaixo das traves. Aos 37 anos, Armani é a muralha do River Plate há sete temporadas – são redondos 300 jogos pela equipe – e mira o segundo título de Libertadores.
O goleiro de 1,89m acumula conquistas pelo Millonarios: Campeonato Argentino (2021 e 2023), Copa Argentina (2018/19), Supercopa Argentina (2017/18, 2019/20 e 2023), Troféu de Campeões (2021 e 2023), Libertadores (2018) e Recopa Sul-Americana (2019).
Fora do clube, também tem história. Além dos feitos no Atlético Nacional, da Colômbia, é bicampeão da Copa América (2021 e 2024) e da Copa do Mundo (2022) com a Seleção Argentina.
Germán Pezzella
Desejo antigo do River, o zagueiro Pezzella retornou ao clube no mês passado e já ganhou a vaga de titular – são nove jogos e um gol. Revelado pelo Millonarios, subiu à equipe profissional em 2010 e permaneceu até 2015. Depois, deixou o nome continente europeu. Atuou pelo Real Betis, da Espanha, por quatro temporadas, e pela Fiorentina, da Itália, pelo mesmo período.
Aos 33 anos, tem o currículo cheio. Com a camisa do River, os principais títulos são o da Libertadores e o da Recopa Sul-Americana em 2015 e o da Copa Sul-Americana em 2014. Defensor da Seleção Argentina, integrou os elencos campeões da Copa América (2021 e 2024) e da Copa do Mundo (2022).
Marcos Acuña
Acuña é o terceiro campeão mundial do elenco do River Plate. O lateral-esquerdo estava no Sevilla, da Espanha, até o mês passado, quando recebeu proposta para voltar ao futebol argentino. No país de nascença, já passou por Ferro Carril Oeste e Racing. Em Portugal, atuou pelo Sporting.
Na galeria de títulos do atleta de 32 anos estão, entre outros, a Liga Europa (2022), a Copa América (2021 e 2024) e a Copa do Mundo (2022).
Matías Kranevitter
O volante Matías Kranevitter retornou ao River, clube que o revelou, em 2023. Na primeira passagem, ele permaneceu até 2015. Na sequência da carreira, passou por Atlético de Madrid e Sevilla, ambos da Espanha, Zenit, da Rússia e Monterrey, do México.
Pelo Millonarios, acumula a maioria das conquistas. As principais são a Supercopa Argentina (2023), o Campeonato Argentino (2023), a Libertadores (2015) e a Sul-Americana (2014).
Claudio Echeverri
O jovem Claudio Echeverri é a joia do River Plate. Aos 18 anos, o meio-campista já foi comparado com Messi em diferentes oportunidades. No fim do ano passado, ele assinou contrato com o Manchester City, que desembolsou cerca de 25 milhões de euros (à época, R$ 134 milhões). Emprestado ao Millonarios, deve se dirigir ao futebol inglês na próxima temporada.
Echeverri foi revelado pelo River Plate no ano passado. São 37 partidas pela equipe profissional, além de quatro gols e cinco assistências. Vencedor da Supercopa Argentina (2023), do Campeonato Argentino (2023) e do Troféu de Campeões (2023), deseja o título da Libertadores para encerrar a passagem momentânea no país de nascença em grande estilo.
Manuel Lanzini
O meio-campista Manuel Lanzini conhece o futebol brasileiro. Depois de ter sido revelado pelo River Plate, em 2010, foi emprestado ao Fluminense nas duas temporadas posteriores, quando conquistou o Campeonato Carioca (2012) e o Campeonato Brasileiro (2012).
Retornou à Argentina, onde permaneceu por dois anos. Em 2014/15, jogou pelo Al Jazira, dos Emirados Árabes. Na sequência, assinou contrato com o West Ham, da Inglaterra, clube que defendeu desde então, dividindo-se entre categorias de base e time profissional. Lá, venceu a Liga Europa (2022/23).
Lanzini não renovou com a equipe inglesa e ficou livre no mercado. Chegou a ser alvo de Vasco e Flamengo, mas foi ‘capturado’ novamente pelo Millonarios.
Franco Mastantuono
Aos 17 anos, Franco Mastantuono também carrega o status de joia do futebol argentino. O meio-campista não atua como titular nas formações de Gallardo, mas bagunça quando é acionado.
Campeão da Supercopa Argentina, ele subiu à equipe profissional do Millonarios neste ano e já acumula 30 partidas, três gols e duas assistências.
Nacho Fernández
Nacho Fernández dispensa apresentações. O meio-campista não só conhece o futebol brasileiro, como tem história no Atlético. Em 2021 e 2022, ele defendeu as cores alvinegras e deixou saudade – foram 109 jogos, 19 gols, 21 assistências, além de cinco títulos (Campeonato Mineiro, em 2021 e 2022, Copa do Brasil, em 2021, Campeonato Brasileiro, em 2021, e Supercopa do Brasil, em 2022).
A primeira passagem de Nacho pelo River foi entre 2016 e 2020. Depois, retornou ao Millonarios em 2023. Agora, soma 274 partidas, 37 gols e 36 assistências.
Em 2018, conquistou a última Libertadores do River Plate. Tem, ainda, no currículo, títulos da Recopa Sul-Americana 2016 e 2019), da Copa Argentina (2016, 2016/17 e 2018/19), da Supercopa Argentina (2017/18 e 2023), do Campeonato Argentino (2023) e do Troféu de Campeões (2023).
Em toda a carreira, também passou por Gimnasia e Temperley, ambos da Argentina.
Maximiliano Meza
Maximiliano Meza tem boa experiência com o futebol brasileiro. Em 2017, pelo Independiente, venceu a Sul-Americana em cima do Flamengo. O atacante de 31 anos também jogou pelo Gimnasia por seis temporadas. Antes de chegar ao River, neste ano, defendeu o Monterrey, do México, por sete anos.
Miguel Borja
Outro que desenvolveu relação com o futebol brasileiro é o atacante Miguel Borja. Entre 2017 e 2019, vestiu a camisa do Palmeiras e conquistou o Campeonato Brasileiro (2018). Em 2021, emprestado pela equipe paulista, defendeu o Grêmio.
Ao longo da carreira, Borja passou por Deportivo Cali, Cúcuta Deportivo, Internacional Palmira, La Equidad, Santa Fe, Atlético Nacional e Junior Barranquilla, da Colômbia, Livorno, da Itália, e Olimpo, da Argentina.
Ele recebeu oferta do River Plate em 2022 e aceitou. Na temporada atual, já coleciona 27 gols. O faro de artilheiro é o principal trunfo do colombiano na busca o bicampeonato da Libertadores – a primeira conquista foi em 2016, pelo Atlético Nacional.
Facundo Colidio
Apesar de não ter tanto espaço com Gallardo, o atacante Facundo Colidio colocou o River Plate na semifinal da Libertadores. Ele ganhou espaço no time que eliminou o Colo-Colo – e marcou o gol da vitória – devido à atuação diante do Boca Juniors, no sábado anterior à partida, pelo Campeonato Argentino.
O atacante de 24 anos já passou pela base do Xeneize e da Internazionale, da Itália. Atuou como titular pela primeira vez no Sint-Truiden, da Bélgica, em 2019/20. Em 2022, transferiu-se ao Tigre por empréstimo. A atuação na equipe argentina chamou a atenção do River Plate, que o contratou em 2023.
Vencedor da Supercopa Argentina e do Troféu de Campeões, ambos em 2023, Colidio almeja o primeiro título internacional da carreira.
Marcelo Gallardo
Por último, e longe de ser o menos importante, está o técnico da equipe. Marcelo Gallardo é a cara do River Plate. Ele iniciou a carreira como treinador em 2012, no Nacional, do Uruguai. Em 2014, foi contratado pelo Millonarios e permaneceu até 2022 – realidade completamente diferente daquela vivida por técnicos brasileiros.
Em 2023/24, Gallardo comandou o Al-Ittihad Jeddah, da Arábia Saudita. E não aguentou ficar longe de casa. O argentino retornou ao River há um mês, para substituir Demichelis.
O currículo de Gallardo é recheado. No Nacional, venceu a Liga Uruguaia. No River, são 13 títulos: Libertadores (2015 e 2018), Sul-Americana (2014), Recopa Sul-Americana (2015, 2016 e 2019), Campeonato Argentino (2021), Supercopa Argentina (2018 e 2020), Copa Argentina (2016, 2017 e 2019), e Troféu de Campeões (2021).
Semifinais da Libertadores
O Atlético se garantiu na semifinal da Libertadores ao derrotar o Fluminense por 2 a 0, nessa quarta-feira (25/9), na Arena MRV, em Belo Horizonte. No primeiro jogo, disputado no Maracanã, o tricolor carioca triunfou por 1 a 0.
Já o River eliminou o Colo-Colo. Empatou o primeiro confronto, no Monumental de Colo-Colo, por 1 a 1. Depois, em casa, venceu por 1 a 0.
De acordo com a Confederação Sul-Americana de Futebol (Conmebol), as datas de 23 e 30 de outubro estão reservadas para os confrontos da semifinal da Libertadores. A outra será protagonizada por Botafogo e o vencedor de Peñarol e Flamengo, que se enfrentam nesta quinta-feira (27/9), no Estádio Campeón del Siglo, em Montevidéu, no Uruguai.