Casa de apostas

Sete ministros do STF votam por limitar atuação de bets credenciadas pela Loterj

Decisão do Supremo Tribunal Federal permite que casas de apostas operem somente no Rio de Janeiro após alegação de desrespeito de algumas delas

O Supremo Tribunal Federal (STF) comunicou, na última sexta-feira (21), que manteve a sua definição em caráter liminar que impossibilita as casas de apostas que possuem o credenciamento com a Loteria do Estado do Rio de Janeiro (Loterj) de atuarem fora do estado. Sete ministros votaram a favor da preservação da medida. Alexandre de Moraes, Carmen Lúcia, Cristiano Zanin, Dias Toffoli, Flávio Dino e Gilmar Mendes seguiram o relator André Mendonça. Apenas Edson Fachin apontou ser suspeito e se abdicou de votar.

A escolha do STF ocorreu em meio a um cenário de discordâncias envolvendo a legitimidade das licenças que a Loterj emitiu com condições de atuação em nível nacional. O veredito de André Mendonça, que teve o apoio da maioria dos seus companheiros do Superior Tribunal Federal, exige que as casas de apostas credenciadas pela Loterj operem somente no estado do Rio de Janeiro.

A própria instituição que gerencia as loterias na região já tinha publicado, há pouco tempo, uma portaria que implementava ferramentas de geolocalização. O intuito era evitar que pessoas de outros estados conseguissem participar de apostas. Inclusive, a mesma portaria estabelecia a paralisação das atividades de companhias do ramo que não concordassem em implementar as exigências necessárias para respeitar a decisão.

STF avalia acusação da Advocacia-Geral da União

Isso porque a Advocacia-Geral da União (AGU), autora da ação no STF, argumentou que algumas bets com credenciamento da Loterj não estavam obedecendo a imposição do limite territorial. Desta forma, a AGU se baseou em uma ação da Coordenação-Geral de Fiscalização de Apostas, a qual tem vínculo com o Ministério da Fazenda. Assim, por meio de um monitoramento, identificaram que diversas dessas empresas possibilitavam apostas em território que não fazia parte do Rio de Janeiro. Ou seja, não respeitavam a ordem judicial.

Assim, Advocacia-Geral da União ressaltou que a maior parte dos sites infringiu a implementação do limite territorial, pois permitiu acessos e cadastros de pessoas que são de fora do estado fluminense. Por conta disso, a AGU pediu a aplicação de sanções como multas e bloqueios dos sites que não respeitaram a definição do STF.

Assim, algumas casas de apostas que atuam em nível nacional e são conhecidas como Pixbet e Esportes da Sorte, pelo fato de patrocinarem grandes clubes brasileiros como Flamengo e Corinthians, sofreram interferência da decisão. Contudo, já houve a regularização das duas para poderem operar no país todo.

A tendência é a de que o Superior Tribunal Federal permaneça avaliando o cenário. Porém, com a divulgação da definição, na última sexta-feira, as casas de apostas com licença da Loterj têm um prazo para se adaptar à exigência. No caso, a restrição para operar somente no estado do Rio de Janeiro, com a condição de sofrerem punições adicionais.

| | Ministros do STF votam por manter restrição que algumas casas de apostas licenciadas pela Loterj descumpriam

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