Caso Daniel Alves

Defesa indica desejo de recorrer à anulação da condenação de Dani Alves

Vítima mostrou-se frustrada com a decisão. Ex-jogador havia recebido sentença de quatro anos e seis meses de prisão por suposto estupro

Ester Garcia, a advogada da mulher que acusou Dani Alves de estupro, reagiu à anulação da condenação. A representante de defesa frisou o desejo de recorrer da decisão do Tribunal Superior de Justiça da Catalunha. A personagem jurídica citou que a vítima se mostra bastante decepcionada e triste.

“Ela sentiu como se estivesse voltando ao banheiro onde o incidente ocorreu”, relatou Ester.

Em encontro com a imprensa, no lado de fora do seu escritório, a advogada de defesa classificou a absolvição do ex-jogador como símbolo de regresso.

“Um retrocesso na luta contra a violência contra as mulheres, tanto legal quanto socialmente”, frisou a representante jurídica.

Inclusive, Ester apontou que se mostra apreensiva que caso esta decisão se mantenha, poderia se tornar um feito simbólico. No caso, que causaria um desânimo em eventuais vítimas de agressão sexual a exporem o caso devido à impunidade.

Apesar de confessar o desejo de recorrer à decisão pela absolvição de Dani Alves, a sua prioridade é a recuperação emocional da vítima. Deste modo será necessária uma avaliação se é válido realizar o movimento. Até mesmo pelo tempo necessário para uma definição do recurso, que pode alcançar até um ano.

“Apelar significa não pôr fim ao processo”, ressaltou a advogada de defesa.

Além disso, a representante jurídica pontuou que a exposição na mídia será outra situação a se considerar.

“É muito desgastante emocionalmente para qualquer vítima de violência sexual”, apontou Ester.

Defesa da suposta vítima reclama da revogação da condenação de Dani Alves

García destacou que os fatos sob investigação não envolvem a ocasião que ela dançava. Por sinal, criticou a sentença, pois a absolvição se baseia no fato de que as imagens dos momentos antes de Alves e a reclamante entrarem no banheiro não coincidem com o relato da vítima.

“Interrogar uma mulher por dançar em uma boate é um debate que acho que não deveríamos ter no século XXI”, condenou a advogada.

No ponto de vista da representante jurídica, as imagens da câmera “não podem ser interpretadas como se a mulher tivesse medo antes de entrar no banheiro”. Isso porque a gravação estava distante e escura.

Em seguida, Ester questionou os jornalistas

“Quantas vezes vocês se sentiram inseguras e não foram comunicadas diretamente? Afirmar isso por meio de uma reportagem fotográfica ou gravações de uma área escura leva a um debate que não deveria existir hoje”, indicou Garcia.

A advogada de defesa ainda citou que a situação não deveria levar em consideração a credibilidade da sua cliente. Posteriormente, ainda relembra que a própria decisão do Tribunal Superior de Justiça da Catalunha admite que a declaração da vítima sempre foi persistente. A propósito, que ela manteve a mesma versão dos fatos quatro vezes.

Inclusive, a representante jurídica argumenta que houve quebra do conceito de confiabilidade da Justiça com a decisão. Afinal, segundo ela, os momentos que antecedem uma agressão sexual não devem fazer parte do debate jurídico. Por fim, Ester afirmou que a possibilidade de Dani Alves deixar a Espanha ou o fim de medidas cautelares é a menor das suas preocupações.

| | Advogada da suposta vítima protestou contra anulação da condenação de Daniel Alves

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