FUTEBOL NACIONAL

Polícia prende ex-árbitro por suspeita de manipular jogos da Série B

Operação Jogada Marcada iniciou na manhã desta quarta-feira (9/4) em seis estados e com comando da Polícia Civil de Goiás

A Polícia Civil de Goiás iniciou na manhã desta quarta-feira (9), em seis estados – Ceará, Espírito Santo, Goiás, Maranhão, Paraíba e Pernambuco -, a Operação Jogada Marcada para cumprir 16 medidas judiciais, entre mandados de prisão e de busca e apreensão, contra organização criminosa especializada na manipulação de resultados em partidas de futebol.

De acordo com a polícia, as fraudes já movimentaram ao menos R$ 11 milhões ilicitamente obtidos, inclusive por meio de plataformas de apostas.

A investigação delineou a estrutura hierárquica do grupo, que possui financiadores, intermediários e executores, envolvendo jogadores, treinadores e dirigentes de clubes alvos da operação.

Em João Pessoa, a Polícia Civil da Paraíba prendeu o ex-árbitro D’Guerro Batista Xavier. O ex-juiz de 46 anos está afastado desde 2018 quando esteve envolvido na Operação Cartola, em 2018, quando foram investigadas fraudes no futebol paraibano, mas seguiu envolvido em competições.

D’Guerro foi detido por uma possível participação em um grupo chamado Árbitros da Propina, suspeito de manipular resultados de partidas da Série B do Brasileiro e do Campeonato da Angola, favorecendo apostadores.

Outras investigações

Essa não é a primeira operação no estado que investiga manipulação de resultados no futebol.

Em novembro de 2023, o Ministério Público de Goiás (MPGO) lançou a terceira fase da operação Penalidade Máxima, que apura a suspeita de fraude em sete partidas, entre jogos do Campeonato Brasileiro de 2022 e dos estaduais de Goiás e da Paraíba de 2023.

A investigação do MP apura a conduta de grupo criminoso que visava aliciar jogadores profissionais com oferta de valores financeiros para a realização de eventos como punição com cartão amarelo, vermelho, cometimento de pênalti ou placar parcial na partida. A prática viabilizava aos seus integrantes obter lucros em sites de apostas esportivas.

Como resultado das fases anteriores da operação, o STJD (Superior Tribunal de Justiça Desportiva) baniu do futebol o volante Marcos Vinicius Alves Barreira, conhecido como Romário, considerado um dos pivôs do esquema de manipulação.

Segundo um relatório publicado pela consultoria global Sportradar em março de 2024, o Brasil liderava na época o ranking de partidas no esporte com suspeitas de manipulação.

De um universo de aproximadamente 9 mil partidas monitoradas no futebol brasileiro em 2023, em 109 delas, ou 1,21% do total, foram identificadas suspeitas de manipulação de resultados.

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