ESPORTE NA MÍDIA

Ex-apresentadora da Globo exalta resiliência de narradora da emissora: ‘Heroína’

Glenda Kozlowski também relembrou momento em que se tornou a primeira mulher a narrar um evento esportivo na Globo

A apresentadora Glenda Kozlowski, que fez sucesso no jornalismo esportivo da Globo por quase trinta anos, exaltou a resiliência de uma narradora da emissora carioca. A profissional em questão é Renata Silveira – alvo constante de xingamentos e provocações nas redes sociais -, responsável pela locução de alguns dos principais jogos de futebol transmitidos na TV.

Para Glenda, Renata é um exemplo para a profissão, especialmente para as mulheres, por ser manter firme mesmo diante de tantos ataques.

“A TV Globo ficou por 50 anos com vozes masculinas na cadeira de narrador. Se você [mulher] não insistir, se você não continuar, as pessoas não vão se acostumar. Então eu acho a Renata Silveira um espetáculo. É uma excelente narradora. É uma heroína”, destacou Glenda, ao ser entrevistada pelo jornalista Flávio Ricco, do canal LeoDias TV.

“Ela está fazendo o que ama, botando a voz dela, a cara dela, está tomando porrada e continua. Você [Renata] vai inspirar outras meninas a fazerem aquilo'”, ressaltou.

Glenda foi a primeira narradora da Globo

Antes de mencionar o trabalho de Renata Silveira, Glenda foi questionada na entrevista sobre o momento em que se tornou a primeira mulher a narrar uma competição esportiva na Globo.

No Jogos Olimpícos Rio 2016, Glenda narrou a trajetória vencedora das brasileiras na ginástica. Nesse contexto, a apresentadora relembrou os diversos xingamentos que recebeu dos espectadores e como reagiu.

“|Tomei muita pancada. Mas muita pancada mesmo pelas redes sociais. Eu fui aniquilada, literalmente. ‘Burra’ era o maior ‘elogio’ que recebia. Eu sabia que tinha me preparado muito para aquela Olimpíada, muito para narrar. Sabia o nome de todos os atletas, todas as histórias, trouxe a minha experiência de repórter, trouxe minha experiência de apresentadora, então eu via que as críticas não eram profissionalmente falando, era por causa da mulher. Mas isso eu só fui saber depois”, iniciou.

“Fiquei tão arrasada com aquilo, depois de tantos anos fazendo jornalismo esportivo, que eu cheguei na redação chorando, tirei minha credencial entreguei minha credecial para a direção e falei: ‘Eu não preciso passar por isso. Realmente não quero passar por isso’. ‘Não quero levantar essa bandeira de narradora mulher’. [Falaram] Você vai fazer sim. Aí me colocaram para narrar sozinha a final que acabou nos dando as duas medalhas”, completou.

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