Band

Record mira alto, se movimenta e pode enfraquecer concorrente para Copa do Mundo

O torneio mundial entre seleções acontecerá entre 11 de junho e 19 de julho de 2026, por 16 cidades-sede em três países distintos

A Record tem avaliado um movimento estratégico para aquisição de parte dos direitos de transmissão da Copa do Mundo de 2026. O foco da emissora está no pacote secundário com 52 partidas — metade do total de jogos do torneio — disponibilizado pela LiveMode, que representa a Fifa no Brasil. Além disso, o canal ainda estuda a viabilidade de contratar Galvão Bueno, atualmente na Band, para integrar o projeto.

O bloco estudado pela emissora não inclui confrontos da Seleção Brasileira, semifinais ou a final, mas ainda assim detém potencial simbólico e comercial moderado. Apesar dos planos, a empresa nega qualquer movimentação neste sentido e alega que a Copa do Mundo ainda faz parte de um estudo profundo pela direção.

“A Record não tem os direitos da Copa do Mundo. A transmissão deste evento ainda está em avaliação profunda pela direção. Logo, não temos negociações com nenhum profissional para esta transmissão”, dizia um trecho.

Cléber Machado reage aos bastidores

Embora não haja nada concreto, o planejamento envolvendo Galvão Bueno causou incômodo com o narrador da casa, Cléber Machado. O desconforto, segundo noticiou a coluna Matheus Baldi recentemente, surgiu justamente após o vazamento das tratativas entre o canal e o comunicador da Band. Ainda de acordo informações, a emissora já tem discutido detalhes do projeto há semanas com o locutor.

Parte da direção considera que trazê-lo representaria uma “alavanca de reputação” em um território historicamente dominado pela Globo. O veterano, que se despediu da Copa em 2022 narrando a final entre Argentina e França, voltou a atuar pela Band com o programa Galvão e Amigos e com narrações na Amazon Prime Video.

Globo após readequação contratual

O Grupo Globo adquiriu os direitos de exibição de 52 partidas do Mundial, mas, distinto aos planos da concorrente, este inclui duelos da Seleção, semifinais e final. Esse pacote, aliás, teria custado cerca de R$ 500 milhões, enquanto o lote remanescente analisado pela Record possui valor estimado em R$ 400 milhões. A quantia cobre transmissões em TV aberta, canais por assinatura, streaming e plataformas digitais.

A diferença de apelo entre os blocos é expressiva. Os jogos da Seleção Brasileira na Copa de 2022, por exemplo, alcançaram 50 pontos no Painel Nacional de Televisão (PNT) e mobilizou 13 milhões de lares, atingindo 50 milhões de telespectadores. Já partidas como Espanha x Alemanha ou Argentina x México oscilaram entre 20 e 30 pontos em São Paulo, com 2,2 milhões de domicílios — diferença de 150% na audiência.

Recolocar a Record no mercado esportivo

Embora enfrente o desafio de retorno publicitário reduzido, a emissora enxerga na possível aquisição do pacote atual uma oportunidade de ensaio para objetivos maiores. Executivos avaliam que transmitir parte da Copa de 2026 pode servir como laboratório para disputar, com mais força, os direitos da edição de 2030, cuja negociação segue em aberto.

A abertura ocorreu após a Globo, em 2023, readequar seu contrato com a FIFA, abdicar da exclusividade até o fim da década e cortar seus custos pela metade.

| | Record tenta fechar pacote para Copa do Mundo 2026

Compartilhe