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Cruzeiro homenageia lendário atacante que completaria 105 anos

Artilheiro contra o 'grande rival' Atlético, Nogueirinha defendeu o Cruzeiro de 1940 a 1947 e foi tetracampeão mineiro

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Em postagem nas redes sociais, o Cruzeiro homenageou o lendário ponta-direita Nogueirinha. Ídolo do clube desde o período Palestra Itália, o mineiro de Três Corações completaria 105 anos nesta quarta-feira (9/7).

João Nogueira Júnior, o Nogueirinha, nasceu em 9 de julho de 1920 – seis meses antes da fundação do Cruzeiro. Ele morreu em 10 de janeiro de 2019, aos 98 anos, de causas naturais.

Nogueirinha jogou pelo Cruzeiro entre 1940 e 1947. Foram 49 gols em 157 partidas. “Fazia até de calcanhar”, dizia o ex-camisa 7.

Nogueirinha foi peça importante no tricampeonato mineiro de 1943/1944/1945. O ex-atacante também venceu o Estadual em 1940 pelo Cruzeiro.

Em outubro de 1942, Nogueirinha testemunhou a mudança de nome do Palestra Itália para Cruzeiro em função da rivalidade entre Brasil e Itália na Segunda Guerra Mundial. Ele marcou dois gols na primeira partida da equipe com a nova denominação, em 14 de fevereiro de 1943, na derrota por 5 a 3 para o São Cristóvão, do Rio de Janeiro.

Em novembro de 2018, Nogueirinha foi homenageado pelo Cruzeiro no Mineirão ao lado de outros ídolos históricos do clube, como Dirceu Lopes e Alex, em jogo comemorativo pela Tríplice Coroa de 2003.

Início no Cruzeiro

Em 1938, Nogueirinha era destaque no time do colégio onde estudava e foi convidado a fazer parte da equipe de seminaristas de Elói Mendes, município próximo a Varginha.

Ele chamou a atenção de Osvaldo Pinto Coelho, à época presidente do Palestra Itália (antigo nome do Cruzeiro), que estava na cidade para um amistoso contra o Eloiense. “Fui bem naquele jogo, mas só fui para Belo Horizonte depois de terminar os estudos na minha cidade.”

A primeira partida do ponta-direita pelo Palestra Itália ocorreu em 21 de janeiro de 1940, na derrota por 5 a 1 para o Siderúrgica. Dois meses depois, aos 19 anos ele marcava seus dois primeiros gols, na goleada por 3 a 0 sobre o Atlético, em amistoso no Estádio de Lourdes.

Nogueirinha ao lado de Dirceu Lopes, Palhinha e Alex em jogo comemorativo da Tríplice Coroa, em novembro de 2018
Nogueirinha ao lado de Dirceu Lopes, Palhinha e Alex em jogo comemorativo da Tríplice Coroa, em novembro de 2018

Artilheiro contra o ‘grande rival’

Nogueirinha marcou oito dos 49 gols pelo Cruzeiro em clássicos contra o Atlético, ao qual se refere como “grande rival”.

“Jogos contra o Atlético sempre paravam a cidade. Às vezes, dava até briga”, contou, aos risos, em entrevista ao jornal Estado de Minas, em janeiro de 2017.

“Tinha um tal de Bigode que tentava me marcar e não conseguia me pegar de jeito nenhum”, relembrou, referindo-se ao ex-lateral-esquerdo que defendeu o alvinegro entre 1941 e 1943 e fez história com a camisa do Fluminense, pelo qual disputou quase 400 partidas.

Vida de Noguerinha após o futebol

Nogueirinha não teve carreira longa no futebol. Fluente em inglês e com conhecimento em italiano, o jogador encerrou a carreira aos 27 anos para se dedicar a atividades profissionais na área de contabilidade e como tradutor.

Do casamento com Dalila, falecida em 1988, nasceram os filhos Roberto, Ronaldo, Regina e Ricardo, nove netos e três bisnetos. Ronaldo ficou conhecido como China e se tornou jogador profissional do Atlético, pelo qual marcou 15 gols em 52 partidas entre 1971 e 1974. Em

Nogueirinha vivia em um apartamento no bairro Alto dos Pinheiros, na Região Oeste de Belo Horizonte, com a segunda esposa, Natália.

Nogueirinha relembrou histórias pelo Cruzeiro em entrevista ao jornal Estado de Minas, em janeiro de 2017 - (foto: Jair Amaral/EM/D.A Press)
Nogueirinha relembrou histórias pelo Cruzeiro em entrevista ao jornal Estado de Minas, em janeiro de 2017(foto: Jair Amaral/EM/D.A Press)
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