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Milton Nascimento explica motivo pelo qual processou Cruzeiro, clube do coração: ‘Ação legítima’

Assessoria do músico confirma que a notificação extrajudicial não surtiu o efeito esperado, e a situação evoluiu para uma ação contra o clube

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O cantor e compositor Milton Nascimento, por meio de comunicado em suas redes sociais neste domingo (3), explicou o motivo pelo qual processou o Cruzeiro, seu clube do coração. A ação tramita na 1ª Vara Empresarial do Rio de Janeiro.

Os advogados do artista pedem indenização de R$ 50 mil pelo uso não autorizado da canção “Clube da Esquina 2” no vídeo de anúncio da contratação de Gabigol, na madrugada de 1º de janeiro.

No comunicado, a assessoria do músico confirmou que o envio de uma notificação extrajudicial ao clube mineiro não surtiu o efeito esperado, o que levou à abertura de um processo judicial “por uso não autorizado de sua obra musical em uma campanha publicitária do clube”.

O argumento foi o de que “assim como um jogador de futebol é remunerado por seu ofício, compositores e artistas também têm o direito de decidir quando, como e por quem suas obras podem ser usadas”.

“Em casos assim, é necessário separar a idolatria, e se entender que o clube, para além do sentimento, é uma empresa/marca, que visa e tem lucros, e a música, para além do entretenimento que gera, é um trabalho sério, um patrimônio do autor e fonte de renda”, continuou.

Ainda na manifestação deste domingo nas redes, aparece uma analogia em que utiliza os Supermercados BH, rede pertencente ao dono da SAF da Raposa, Pedro Lourenço, para discorrer sobre o episódio.

“É curioso notar como ainda há dificuldade, por parte de muitos, em compreender a música como profissão. Para tornar mais clara essa lógica, propomos uma analogia simples: imagine se alguém entrasse em uma grande rede de supermercados pertencente ao proprietário do clube, pegasse os produtos das prateleiras e, ao chegar no caixa, solicitasse os itens gratuitamente, por amor ao time. Seria aceito?”, diz a assessoria do músico.

Ataque a redes sociais de Milton Nascimento

O comunicado encerra com a informação de que, após a divulgação sobre o processo, as redes sociais de Milton Nascimento passaram a sofrer ataques e ofensas de torcedores do clube mineiro.

“Lamentamos profundamente o ódio destilado nas redes sociais contra Milton, com ataques etaristas e ofensivos, que nada têm a ver com o mérito da questão. Comentários criminosos estão sendo registrados e medidas legais serão tomadas individualmente. A internet não é terra sem lei”, pontuou.

Em nota, o Cruzeiro afirmou que “não houve qualquer violação autoral por parte do clube”, que “apenas compartilhou, em formato ‘collab’, o vídeo postado pelo atleta, que continha fundo musical extraído da galeria musical do Instagram, disponibilizada pela plataforma digital a todos os usuários, com a referência clara aos criadores musicais ao longo de toda a sua exibição”.

“O compartilhamento da postagem pelo Cruzeiro foi apenas de cunho editorial, até como uma forma de homenagem ao artista que, em inúmeras ocasiões, declarou ser torcedor do clube, sem qualquer edição adicional que justifique violação autoral ou qualquer intuito de exploração da obra musical”, complementou o clube.

| | Milton Nascimenjto, cantor e compositor, processa Cruzeiro

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