O longo dia de frustrações olímpicas para o Brasil encontrou em Beatriz Ferreira uma maneira de terminar de forma positiva. Vice-campeã em Tóquio 2020, a baiana de 31 anos confirmou o favoritismo e bateu por decisão unânime da arbitragem a holandesa Chelsey Heijnen na última luta desta quarta-feira (31/7), numa barulhenta Arena do Norte de Paris. Com o resultado, ela garantiu ao menos a medalha de bronze no boxe nos Jogos Olímpicos de Paris 2024.
Com a vitória, Bia Ferreira se assegurou nas semifinais da categoria até 60kg. No boxe olímpico, não há disputa pela terceira colocação. Assim, os semifinalistas derrotados sobem ao pódio para receber o bronze.
A brasileira vai enfrentar ninguém menos que a irlandesa Kellie Harrington, que a derrotou na final dos Jogos de Tóquio. As duas não se encontraram desde então. O embate em Paris 2024 será a revanche da decisão de três anos atrás.
Em entrevista ao No Ataque publicada no início do mês, Bia falou sobre a possibilidade de encarar a algoz novamente.
“Estou ansiosa e a procurei algumas vezes em competições, mas, por acaso do destino, não nos encontramos. Eu sabia que a gente poderia se encontrar no evento mais importante. Já saiu o chaveamento, ela está na minha chave, e fiquei feliz com isso, porque teremos a possibilidade de nos encontrar na semifinal. Estou ansiosa para que isso aconteça”, pontuou.
A semifinal entre Bia Ferreira e Kellie Harrington será neste sábado (3/8), às 17h08 (de Brasília), na mesma Arena do Norte de Paris. Do outro lado da chave, enfrentam-se Wenlu Yang (China) e Yi Shih Wu (Taipé Chinesa).
Bia Ferreira chegou à Olimpíada como favorita ao ouro. Na trajetória até aqui, além de Chelsey Heijnen, a brasileira superou a estadunidense Jajaira González na estreia, nessa segunda-feira (29/7).
Quem é Bia Ferreira?
Beatriz Iasmin Soares Ferreira nasceu em 9 de dezembro de 1992, em Salvador, na Bahia. Aos 31 anos, ela é um dos grandes nomes do boxe mundial e compete na categoria peso leve, até 60kg.
Nos últimos anos, Bia acumula conquistas importantes. É bicampeã nos Jogos Pan-Americanos (Lima 2019 e Santiago 2023) e do Mundial na Rússia (2019) e na Índia (2023). Em Tóquio 2020, ganhou a prata.
Neste ciclo, tomou a ousada decisão de conciliar o boxe amador com o profissional. Ela já admitiu que, após Paris 2024, vai se dedicar apenas ao profissional – da qual já é campeã mundial.
Bia constrói praticamente uma dinastia no boxe. Ela já está há quase dois anos sem perder e, agora, busca ser a primeira campeã mundial profissional a ganhar o ouro olímpico.
