Os Jogos Olímpicos são especiais e sempre são repletos de momentos especiais. No entanto, Paris 2024 ficará marcado também por um triste ocorrido. A jornalista brasileira Verônica Dalcanal, que atua como correspondente dos veículos da Empresa Brasil de Comunicação (EBC) na Olimpíada, sofreu assédio em solo francês.
O caso ocorreu nesse sábado (3/8). Segundo informações da Agência Brasil, três homens que transitavam na região das casas dos países em Paris assediaram a jornalista em uma transmissão ao vivo da TV Brasil.
Verônica Dalcanal relatava o dia dos atletas brasileiros em Paris quando os homens se aproximaram e começaram a cantar. Logo depois, dois deles beijaram a jornalista sem permissão. Ela, inclusive, os repreendeu pelo ato.
Chateada, a jornalista afirmou não querer reviver o momento e que, portanto, que não irá rever as imagens. “Eu estava dando as informações durante a transmissão da Série B e aí um grupo de torcedores invadiu o vivo. A gente sabe que é normal a torcida interagir com os repórteres, mas eles foram muito desrespeitosos comigo e ultrapassaram limites.”
“Me tocaram, encostaram em mim, enfim. Eu não consigo nem descrever o que aconteceu direito e eu não pretender ver as imagens”, acrescentou.
‘Revoltante’
Verônica Dalcanal comentou ainda o fato de seu sonho ficar marcado por esse episódio. “Acho revoltante que jornalistas mulheres ainda passem por esse tipo de situação trabalhando. Pessoalmente, fico também triste porque essa cobertura vai ficar marcada também por esse episódio. Cobrir os Jogos Olímpicos em Paris é um sonho profissional que tive a felicidade de poder realizar.”
“Como outros colegas, queria lembrar dessa cobertura apenas pelas entrevistas, pelas matérias escritas, pelas entradas ao vivo e pela emoção de acompanhar nossos atletas. Infelizmente não será assim”, declarou.
Verônica, por outro lado, destacou a solidariedade recebida de colegas de profissão tanto em Paris quanto no Brasil. “Foi fundamental para que eu encerre o dia de hoje bem.”
“Nessa edição dos jogos buscou-se a igualdade no número de atletas homens e mulheres participando. 124 anos depois. Infelizmente ainda precisamos brigar para sermos tratadas com respeito. Mas não estamos sozinhas na luta”, finalizou.