A boxeadora taiwanesa Lin Yu-ting ganhou, neste sábado (10), o ouro na categoria até 57 kg em Paris 2024, somando dois títulos para as boxeadoras envolvidas em uma polêmica de gênero nestes Jogos.
Lin, de 28 anos, derrotou a polonesa Julia Szeremeta, de 20, por decisão unânime no ringue instalado na quadra central de Roland Garros, onde o público aplaudiu sua vitória.
A taiwanesa e a argelina Imane Khelif foram objeto de críticas durante todo o torneio por parte de algumas rivais e políticos conservadores como Donald Trump, que pediram sua saída dos Jogos devido ao resultado negativo em um teste de elegibilidade de gênero no Mundial feminino organizado pela Associação Internacional de Boxe (IBA).
Um dia depois da vitória de Khelif na final da categoria peso meio-médio (até 66 kg), Lin também subiu ao lugar mais alto do pódio, conquistando seu primeiro título olímpico.
A esguia pugilista taiwanesa começou a luta mantendo distância de Szeremeta e aproveitando que seus braços podiam alcançar a adversária de longe, devido a seus dez centímetros a mais de altura.
Lin abriu uma leve vantagem no primeiro assalto, o que lhe deu confiança para trocar vários golpes com sua jovem oponente.
Szeremeta, que nas semifinais surpreendeu a filipina Nesthy Petecio, vice-campeã em Tóquio 2020, se desesperava diante do certeiro jogo de contragolpe de Lin.
A polonesa se viu obrigada a reverter o placar no assalto final e chegou a provocar uma breve queda de Lin, mas a taiwanesa soube sair do aperto e manter-se longe do alcance de Szeremeta.
Assim como em suas três lutas anteriores, Lin foi declarada vencedora pelos cinco juízes.
Depois que o árbitro levantou seu braço, ela fez quatro reverências para agradecer os aplausos da arquibancada, com seus 15 mil assentos praticamente lotados, e se ajoelhou no ringue.
Imane Khelif
Uma noite antes, a quadra Philippe-Chatrier estava lotada de fãs argelinos que celebraram em grande estilo a vitória de Imane Khelif.
Depois de competir sem fazer barulho em Tóquio 2020, tanto Lin quanto Khelif se viram em Paris no centro de uma onda de críticas por parte de algumas rivais e políticos conservadores como Donald Trump, bem como de numerosos usuários em redes sociais, que questionaram seu gênero devido ao episódio no Mundial de 2023.
Ambas foram desqualificadas do torneio pela IBA, entidade que tem se indisposto com o Comitê Olímpico Internacional (COI).
O COI retirou da IBA a organização do boxe nos Jogos por problemas de ética e transparência, e o presidente do órgão olímpico, Thomas Bach, defendeu a presença de Lin e Khelif no torneio feminino de Paris.