O Brasil vai desembarcar em Paris pela primeira vez, numa edição dos Jogos Olímpicos, com uma delegação de maioria feminina e com expectativa de quebrar seu recorde de sete medalhas de ouro conquistadas em Tóquio.
Sem definir uma meta, o Comitê Olímpico Brasileiro (COB) confia no brilhantismo de várias de suas estrelas para dar um passo à frente no olimpismo.
“Vamos superar Tóquio. Estamos trabalhando para isso, não ficaremos satisfeitos com menos”, disse recentemente à AFP o presidente do COB, Paulo Wanderley.
Na capital japonesa, o Brasil obteve o mesmo número de ouros da Rio 2016, seu recorde. Na última edição obteve também seis pratas e oito bronzes, totalizando 21 medalhas.
Com cerca de 240 atletas garantidos, o número de mulheres representando o Brasil nos Jogos Olímpicos será pela primeira vez maior que o de homens: 137 contra 103.
Em termos individuais, as principais esperanças estão na ginástica artística, no judô, no skate, no atletismo, no tiro com arco e no surf, enquanto nos esportes coletivos a ginástica feminina, o voleibol (nas duas categorias) e o futebol feminino são outros pontos fortes.
A ginasta Rebeca Andrade, ouro em Tóquio no salto feminino e prata no individual geral, almeja o ouro no solo, no salto e no individual geral, além de liderar a seleção brasileira na prova por equipes, com sérias chances de medalha.
Rebeca pode superar a grande favorita, a lendária americana Simone Biles, embora garanta que não esteja pensando nisso.
“Não sei dizer como vencê-la, porque meu foco não está nela, meu foco está em mim”, afirmou a brasileira em entrevista à AFP em maio.
Judô e skate prometem
No judô, Rafaela Silva, medalhista de ouro no Rio em 2016, retorna aos Jogos Olímpicos com chances de medalha após não participar da edição de Tóquio devido a uma sanção por doping. Na categoria masculina, Daniel Cargnin, bronze em Tóquio, também é candidato ao pódio.
No skate, o Brasil almeja melhorar as três medalhas de prata conquistadas nos últimos Jogos Olímpicos.
Com uma poderosa delegação de 12 atletas contando as duas categorias (o máximo permitido pelo COI), a jovem Rayssa Leal é praticamente certeza de vitória para o Brasil, enquanto Pedro Barros e Kelvin Hoefler também entram com fortes chances.
O tricampeão mundial Gabriel Medina quer conquistar o ouro no surfe e repetir o feito de Ítalo Ferreira em Tóquio, que por sua vez não poderá tentar o bicampeonato olímpico por não ter se classificado.
No atletismo, Alison dos Santos, bronze em Tóquio e campeão mundial em 2022, vai lutar pelo ouro em Paris nos 400 metros com barreiras, depois de ter superado uma lesão que o afastou das pistas em 2023.
Marcus D’Almeida, número 1 do ranking mundial de tiro com arco, é um claro candidato à conquista da primeira medalha olímpica em sua terceira participação nos Jogos.
Ana Marcela Cunha, na maratona aquática, Isaquias Queiroz e Pepe Gonçalves na canoagem, e Bia Ferreira, no boxe, são outros nomes do Brasil que têm chances de medalha.
Nos esportes coletivos, sem a presença da seleção masculina de futebol, medalhista de ouro nas duas últimas Olimpíadas, a seleção feminina sonha em conquistar sua terceira medalha, depois da prata em 2004 e 2008.
O Brasil também é favorito no vôlei, onde tanto a seleção feminina quanto a masculina voltam a ter boas chances de subir ao pódio.