PAN-AMERICANO

Minas Gerais tem 45 atletas de 25 cidades no Pan-Americano; veja mapa

Nos Jogos Pan-Americanos do Chile, o Brasil contará com 623 atletas, e 45 desses representantes nasceram em Minas Gerais
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Os Jogos Pan-Americanos de 2023 se iniciarão nesta sexta-feira (20/10), com a tradicional cerimônia de abertura, às 20h (de Brasília), e Minas Gerais será representado por 45 atletas em 21 modalidades diferentes na competição. O Pan vai ser disputado até 5 de novembro, em Santiago, no Chile.

Veja abaixo onde eles nasceram, curiosidades, quais são os destaques e alguns mineiros que têm chance de ganhar medalha de ouro para o Brasil.

As cidades mineiras com mais atletas no Pan

Para o Pan-Americano deste ano, o Brasil contará com 623 atletas, e 45 desses nasceram em Minas Gerais – corresponde a 7,22%. Esses mineiros foram registrados em 25 cidades diferentes, mas com destaque, claro, à capital do estado. 

Belo Horizonte terá 12 representantes na competição em Santiago, o que corresponde a 26,6% do total de atletas mineiros, valor que se aproxima da porcentagem da população da capital em relação ao estado. No último censo realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em 2022, BH tinha 2.315.560 habitantes, que é cerca de 24,2% de Minas Gerais.

Já a segunda cidade mineira com maior presença no Pan de 2023 é Juiz de Fora: são três representantes. Na sequência, sete cidades estão empatadas com dois atletas cada, destaque para Iturama. 

A cidade do Triângulo Mineiro tem apenas 38.295 habitantes, mas é representada por duas irmãs: Ana Sátila e Omira Estácio. Elas competirão na canoagem slalom, e Ana já garantiu três medalhas de ouro em edições passadas de Pan, sendo assim uma das favoritas nas categorias C1 e K1.

Outros 16 municípios de Minas Gerais têm um representante no Pan, e o nome mais curioso nessa parte de lista, que conta com cidades de mais de 300 mil habitantes como Uberaba e Ribeirão das Neves, é São Pedro dos Ferros. 

Localizada na Zona da Mata Mineira, a cidade tem apenas 7.166 habitantes e é a menor entre as 25 que terão representantes no Pan-Americano. Nascido nesse município, Johnatas Cruz é o atual campeão do Sul-Americano de Meia Maratona e disputará a maratona no Chile em busca de uma medalha dourada para o Brasil.

Uma curiosidade é que algumas cidades que estão entre as 10 maiores do estado nem sequer terão representantes no Pan. É o caso de Montes Claros, Betim, Governador Valadares e Divinópolis, que têm mais de 200 mil pessoas, cada, mas que não contam com atletas na competição sul-americana.

Arte: Soraia Piva

Destaques mineiros no Pan-Americano

Ana Patrícia – vôlei de praia

Nascida em Espinosa, no Norte de Minas Gerais, Ana Patrícia forma a dupla número 1 do mundo de vôlei de praia ao lado de Duda. As atletas foram campeãs mundiais em 2022 e ficaram com a prata no torneio deste ano. Mesmo com a derrota no último fim de semana, na decisão, a mineira destacou o sentimento positivo. 

“Saímos orgulhosas demais da Copa do Mundo. A prata foi um ótimo resultado. É preciso enxergar que tem mérito do outro lado, das campeãs, que jogaram melhor. O esporte é isso. Nossa motivação não tem a ver com resultados passados. Aqui no Pan será nossa primeira vez, a primeira vez juntas numa competição multi-esportiva, grande, poder representar o Brasil mais diretamente. Tudo isso é motivação para nós. Teremos nossos familiares aqui, conosco, torcendo e dando força. Vai ser massa demais”

Ana Patrícia, em entrevista exclusiva ao No Ataque

No Pan, a atleta de 26 anos pode conquistar a primeira medalha em competições multiesportivas, já que ficou em quinto na Olimpíada de Tóquio, quando ainda jogava ao lado de Rebecca. 

“Temos convivido com esse discurso de favoritismo. É fruto do nosso retrospecto, da expectativa que as pessoas criam em cima de nós, mas não é o sentimento da nossa equipe. A gente pensa no trabalho, num jogo depois do outro. Temos experiência o suficiente para saber que nenhum favoritismo ganha jogo, tem que jogar, tem que virar bola, tem que respeitar o adversário. E a torcida pode esperar isso de nós, como sempre. Dar o nosso máximo para tentar trazer uma medalha que ainda não temos”, afirmou Ana Patrícia, que completou sobre a sua cidade de origem.

“Isso [de levar o nome da cidade tão longe] é massa demais. Olhar para trás, ver toda a trajetória e lembrar da minha cidade, da minha família. Me sinto orgulhosa demais e muito agradecida também por todo o carinho que o povo de Espinosa tem comigo. A rotina é pesada e não tenho o tempo que gostaria para estar por lá, mas sempre que possível eu volto. Recarrego minhas baterias para voltar mais forte”

Ana Sátila – canoagem slalom

Representante de Iturama, Ana Sátila fez história em Tóquio, em 2021, ao ser a primeira mulher brasileira a chegar à final de uma prova de canoagem slalom. Já no Pan-Americano, a mineira de 27 anos coleciona feitos: são três medalhas de ouro e uma de prata em duas edições disputadas. Com vaga já garantida na Olimpíada de Paris, Ana Sátila pode fazer ainda mais história no Pan ao lado da irmã, Omira Estácio, que compete no mesmo esporte.

Bruna de Paula – handebol

A craque do handebol feminino brasileiro nasceu em Campestre, cidade da Região Sul de Minas Gerais que tem apenas 20.696 habitantes, e comandará um time que é favorito ao ouro, até porque o Brasil venceu todas as edições da modalidade no Pan-Americano no século 21. Bruna de Paula não se destaca apenas no nível brasileiro, mas também no mais alto patamar do handebol. Ela já foi eleita a melhor jogadora da Liga Francesa e da principal competição europeia. 

Maicon Andrade – taekwondo

O único homem a conquistar medalha olímpica no taekwondo nasceu em Minas Gerais. O belo-horizontino Maicon Andrade conquistou o bronze no Rio de Janeiro, em 2016, ficou em terceiro novamente no Pan de 2019 e, agora, em Santiago, sonha com o lugar mais alto do pódio, além de almejar o retorno aos Jogos Olímpicos. 

“Ganhar a  medalha de ouro seria a realização de um sonho. Tive a oportunidade de estar no Pan de Lima, em 2019, e fui medalhista de bronze. Mas o meu objetivo é conquistar essa medalha de ouro, que seria mais um marco na minha carreira. E com isso também conquistaria uma pontuação que ajudaria na classificação para a Olimpíada de 2024”

Maicon Andrade, em entrevista exclusiva ao No Ataque

“O meu maior orgulho é ser mineiro e representar todos os mineiros, mas eu ainda acredito que podemos ir além. Acredito que o taekwondo mineiro tem muito ainda a oferecer, muita lenha para queimar e o que eu puder fazer, estar ali representando Minas Gerais, levantando essa bandeira, eu farei. E tenho metas ainda como atleta, e depois, quando eu parar, de fazer, de ajudar, de acreditar no trabalho do taekwondo mineiro. Eu quero deixar um legado. Eu quero sentar e ver a notícia que muitos atletas mineiros estão entre os melhores no mundo”, completou Maicon Andrade.

Vôlei masculino e feminino

Com quatro representantes mineiros no time masculino e dois na equipe feminina, o Brasil sempre entra como um dos favoritos em competições de vôlei. No entanto, os times brasileiros não venceram as duas últimas edições da modalidade no Pan-Americano. Adriano Xavier, Felipe Roque, Maique e Otávio tentarão representar Minas e quebrar a sequência positiva da Argentina, enquanto Aline Segato e Jussara tentarão retomar o título que pertence atualmente à República Dominicana.

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