FUTEBOL CARIOCA

Aos 39 anos, Thiago Silva avisa: ‘não vou jogar todos os jogos’

O zagueiro Thiago Silva, de 39 anos, afirmou em entrevista que projeta uma difícil readaptação ao calendário do futebol brasileiro
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O jogo entre Cuiabá e Fluminense marcará o retorno de Thiago Silva ao time carioca, mas o zagueiro já avisou que não estará em campo em todas as partidas. Ele falou em coletiva no CT do clube, nesta sexta (19/7).

O que aconteceu

Thiago Silva disse que já traçou um plano com a comissão técnica para ser poupado em alguns jogos. O zagueiro ressaltou que isso será importante principalmente nas primeiras partidas.

O zagueiro disse que os gramados, o calendário e as longas distâncias serão os maiores desafios no retorno ao futebol brasileiro. Como exemplo, Thiago Silva citou o pouco tempo de recuperação entre a estreia e o jogo seguinte, contra o Palmeiras.

O Fluminense entra em campo contra o Cuiabá no próximo domingo (21), às 20h (de Brasília). A partida será na Arena Pantanal.
Com apenas oito pontos somados em 16 jogos, o Fluminense é o lanterna do Brasileiro. A equipe está a sete pontos do Vitória, primeiro time fora da zona de rebaixamento (e que tem um jogo a mais).

“Em um primeiro momento, além da situação do clube, acho que o mais difícil vai ser a readaptação ao campo e a logística. No Chelsea, eu joguei um jogo por semana, ainda era poupado das copas. Aqui no Brasil, tem o calendário apertado e a distância entre os estádios. […] Não é um tempo justo para a recuperação de um atleta. Mas eu vim sabendo disso. Estou preparado. Óbvio que não vou jogar todos os jogos. Já foi conversado com a comissão para eu encontrar uma forma de descansar. Tenho 39 anos e não vou conseguir jogar todos os jogos, principalmente no início. [O descanso é] para poder jogar o máximo. Se precisar do meu sacrifício, eu vou estar aqui para ajudar. Eu vim para ajudar o Fluminense“, disse o jogador.

O que mais Thiago disse

Luta contra o rebaixamento

“Não imaginava que estaríamos nesse momento. Um time campeão da Libertadores, da Recopa, com um futebol que era um dos melhores de se ver do Brasil e, de uma hora para outra, as coisas não estavam mais andando como andaram. Cada vez que o time não vence, a confiança diminui. Cada vez que o time não vencia, vinha a pressão para jogar como jogou em 2023. E, com a confiança embaixo, a resposta é mais difícil. Teve a mudança de comando e agora tem que ter a mudança de postura. É fácil trocar uma peça e não trocar 25 jogadores. É um alerta para nós, ver o que estamos fazendo errado. Eu pretendo fazer isso e todos temos que fazer. Nós colocamos o Flu nessa situação e só nós vamos tirar. Só o trabalho e o tempo vai mudar. E o tempo a gente não tem.”

Estreia adiantada

“Não sei dizer [o que vai passar na minha cabeça quando eu voltar ao Maracanã]. Se a situação estivesse melhor, eu estrearia no Maracanã, contra o Palmeiras. Mas o momento não é tão bom, então a gente achou que já chegou o momento de estrear. Então, não estou nem pensando no Palmeiras.”

Experiente, sim, ‘paizão’, não

“Paizão, não. Não me sinto pai de ninguém, apesar de ser mais experiente. Meus filhos estão em Londres, bem longe. Eu sei o que o clube espera de mim e da minha responsabilidade. Quando você faz as coisas com amor, paixão, automaticamente você deixa algum tipo de legado para os mais jovens. Sempre trabalhei e me dediquei – agora ainda mais. Eu sei que os jovens olham e observam minha conduta. E isso é importante. As consultas são poucas porque eles ainda não têm tanta confiança de chegar e perguntar. Faz parte do início. Com os jogos, isso aumenta.”

E as copas?

“É difícil falar das copas. Elas são importantes. Mas o título mais importante para mim, nesse momento, é tirar o Fluminense dessa situação. Sem perder o foco nas outras competições, que são eliminatórias, são mais fáceis de chegar longe, mas o rebaixamento causa danos importantes para o clube. A gente tem essa responsabilidade e o desejo de tirar o Flu dessa situação, principalmente pelas pessoas que trabalham aqui. É o que realmente pesa. Os jogadores vão, o Fluminense fica. E, às vezes, os funcionários aqui acabam sendo punidos, por corte de verbas, enfim. Já me falaram que eu posso manchar a carreira caindo para a segunda divisão. Tem o Marcelo, que ganhou cinco Champions. Não imaginamos passar por isso, mas é o que temos. Vamos fazer o máximo para que o Flu não caia”.

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