Ídolo do futebol brasileiro, Mário Jorge Lobo Zagallo, conhecido como Zagallo, morreu aos 92 anos nessa sexta-feira (5/1). A morte foi anunciada nas redes sociais do ex-jogador e técnico da Seleção.
“Um pai devotado, avô amoroso, sogro carinhoso, amigo fiel, profissional vitorioso e um grande ser humano. Ídolo gigante. Um patriota que nos deixa um legado de grandes conquistas”, lê-se em trecho do comunicado.
Zagallo estava internado desde 26 de dezembro e morreu por falência múltipla de órgãos no Hospital Barra D’Or, na Zona Oeste do Rio de Janeiro. Informações sobre o velório ainda não foram divulgadas até a última atualização desta reportagem.
Comunicado da morte de Zagallo
“É com enorme pesar que informamos o falecimento de nosso eterno tetracampeão mundial Mario Jorge Lobo Zagallo.
Um pai devotado, avô amoroso, sogro carinhoso, amigo fiel, profissional vitorioso e um grande ser humano. Ídolo gigante. Um patriota que nos deixa um legado de grandes conquistas.
Agradecemos a Deus pelo tempo que pudemos conviver com você e pedimos ao Pai que encontremos conforto nas boas lembranças e no grande exemplo que você nos deixa.”
Zagallo eterno na Seleção Brasileira
Nascido em Atalaia, Alagoas, em 9 de agosto de 1931, Zagallo se eternizou como uma das maiores lendas do esporte nacional.
Ele foi tetracampeão da Copa do Mundo pela Seleção Brasileira. Em 1958 e 1962, conquistou o bi como ponta-esquerda.
Anos depois, em 1970, comandou como técnico aquela que para muitos é a melhor seleção de todos os tempos em busca do tricampeonato. No tetra, em 1994, foi coordenador.
Voltou ao banco de reservas em 1998 e por pouco não levou mais um troféu mundial. Na ocasião, o Brasil perdeu a final para a França.
‘Vocês vão ter que me engolir’
No ano anterior ao vice mundial na França, Zagallo eternizou uma das frases mais marcantes da história do futebol brasileiro. Ao ser campeão da Copa América sobre a Argentina em 1997, o então treinador bradou um célebre desabafo.
Vocês vão ter que me engolir!
Zagallo, em 1997
O claro recado aos críticos da Seleção Brasileira, contudo, não foi a única marca do ídolo. A principal delas é o número 13.
Em diversas ocasiões, Zagallo reforçou a adoração pela cifra. Em 2004, por exemplo, comemorou após o título do Brasil sobre a Argentina na Copa América. “Brasil campeão tem 13 letras, e Argentina vice também”.
Carreira de Zagallo
Nascido em Alagoas, Zagallo se mudou para o Rio de Janeiro quando ainda era bebê. Durante infância e adolescência, acostumou-se a frequentar o Maracanã e se apaixonou pelo futebol.
Profissionalmente, defendeu América-RJ, Flamengo e Botafogo. No período, foi tricampeão carioca pelo Rubro-Negro (1953 a 1955) e bi pelo alvinegro (1961 e 1962). Conquistou, também, duas Copas do Mundo pela Seleção.
Aposentou-se dos gramados em 1964 e iniciou a carreira de treinador à frente do Botafogo. O auge foi em 1970, quando substituiu João Saldanha, perseguido pela ditadura militar, meses antes da Copa do Mundo.
Apesar do curto período de trabalho, conseguiu reger uma das maiores seleções da história ao tricampeonato mundial.
Entre idas e vindas, dirigiu ainda Fluminense, Flamengo, a Seleção de Kuwait, o Al Hilal, o Vasco, a Seleção da Arábia Saudita e o Bangu.