Por Gazeta Press
Eduardo Bauermann recebeu habeas corpus na noite dessa segunda-feira (13/6) para não comparecer na CPI sobre a manipulação de resultados em partidas de futebol. O ministro André Mendonça concedeu a medida. A audiência será nesta terça-feira (13/6), na Câmara dos Deputados, em Brasília.
Segundo a defesa do zagueiro do Santos, ele está ciente da convocação da CPI, mas preferiu aguardar o esclarecimento do julgamento do habeas corpus pela Suprema Corte. O atleta ainda reiterou a sua disposição em colaborar com a resolução dos fatos.
“Concedo a ordem de habeas corpus, para afastar a compulsoriedade de comparecimento, transmudando-a em facultatividade, deixando a cargo do paciente a decisão de comparecer, ou não, à Câmara dos Deputados, perante a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Câmara de Deputados, destinada a investigar esquemas de manipulação de resultados em partidas de futebol profissional no Brasil, para ser ouvido na condição de investigado”, escreveu André Mendonça.
A informação foi publicada inicialmente pelo UOL e confirmada pela Gazeta Esportiva.
Bauermann no esquema de manipulação de resultados
Bauermann é réu na Operação Penalidade Máxima II, do Ministério Público de Goiás, que investiga um esquema de manipulação de jogos no futebol brasileiro. O STJD puniu o zagueiro com uma suspensão de 12 jogos.
Em meio às investigações, o Peixe decidiu suspender o contrato do zagueiro. O atleta não treina com o restante do elenco desde o dia 9 de maio.
Bauermann chegou ao Alvinegro Praiano no início de 2022. Desde então, ele soma 78 partidas e cinco gols. Neste ano, ele entrou em campo 20 vezes. Nesta segunda-feira, o defensor recebeu uma proposta de um clube da Turquia.
No dia 8 de maio, foram divulgadas imagens de uma suposta conversa de Bauermann com um dos chefes do esquema por mensagens. O jogador teria recebido 50 mil reais para forçar e receber um cartão amarelo em uma partida do Santos, contra o Avaí.
Negociações entre Bauermann e chefes de esquemas de apostas
O zagueiro, porém, não levou o cartão amarelo e prometeu que seria expulso na partida seguinte, contra o Botafogo. Ele até recebeu o cartão vermelho, mas apenas após o fim do jogo e enfureceu o participante do “esquema de apostas”.
Os apostadores pressionaram o jogador a devolver a quantia, que chegou na casa dos R$ 800 mil, e cogitou até mesmo repassar uma porcentagem de seus direitos econômicos em uma futura negociação para deixar o Santos.
Em abril, quando o caso veio à tona, Bauermann se disse inocente e o Santos manifestou confiança no atleta. Depois dos novos desdobramentos, no entanto, o clube decidiu afastá-lo temporariamente das atividades.
No dia 9 de maio, a Justiça aceitou a denúncia do MP-GO contra o esquema de manipulação de jogos. Já em 1º de junho, o STJD decretou uma punição de 12 jogos de suspensão para o zagueiro.