O Palmeiras resolveu ‘blindar’ jogadores e comissão técnica e tomou uma decisão drástica nesta quarta-feira (5): após o clássico contra o São Paulo, no Morumbi, pela partida de ida das quartas de final da Copa do Brasil, nenhum representante do Verdão irá conceder entrevistas à imprensa.
Protesto contra a CBF
Somente a presidente do clube, Leila Pereira, falou com os jornalistas. Antes da partida, a empresária justificou a medida.
“Em virtude daquela nota pesada que a CBF emitiu, em relação às declarações do João (Martins, auxiliar), eu achei melhor blindar o nosso elenco, jogadores e comissão. Agora, quem vai falar é a presidente”, começou a dizer Leila.
A presidente do Palmeiras se refere à resposta da CBF à fala do auxiliar português após a partida entre Athletico-PR e Palmeiras, pelo Brasileirão. Após o duelo na Ligga Arena, Martins apontou que “é ruim para o sistema o Palmeiras ganhar (o Brasileirão) dois anos seguidos”. Além disso, o membro da comissão técnica declarou que “na Europa, não veem jogos do Brasileiro porque parece mais teatro do que futebol”.
Protesto contra a arbitragem
A ‘ponta do iceberg’ de indignação do Verdão com o Chefe da Comissão de Arbitragem da CBF, Wilson Seneme, foi a não expulsão de Zé Ivaldo após cotovelada em Endrick. A partida terminou empatada em 2 a 2.
“Tentamos de outras formas resolver esse problema grave com a arbitragem. Não é a primeira vez que o Palmeiras é prejudicado. Ano passado, vocês sabem muito bem que fomos retirados da Copa do Brasil por causa de um erro assumido contra o Palmeiras. Tivemos prejuízo financeiro, esportivo e até psicológico”, continuou.
Leila lembrou da eliminação do Alviverde para o São Paulo, na Copa do Brasil de 2022. O Verdão fez 2 a 1 na volta após 1 a 0 contrário na ida, e o duelo foi decidido nas penalidades, quando brilhou a estrela de Jandrei.
Do lado palmeirense, Raphael Veiga levou o protagonismo negativo ao desperdiçar uma cobrança de pênalti no tempo regulamentar e outra na decisão. Vale lembrar que houve muita reclamação do lado alviverde. Ao divulgar a notícia do embate contra o São Paulo neste ano, o Palmeiras publicou o seguinte em seu site oficial.
“Os rivais se encontraram nas oitavas de final de 2022, quando o São Paulo avançou nos pênaltis após vencer no Morumbi por 1 a 0 e ser derrotado no Allianz Parque por 2 a 1, em jogo marcado por um erro grotesco da equipe de arbitragem, que assinalou pênalti discutível para os visitantes e, pior, com o VAR ignorando impedimento claro do atacante tricolor.”
Em protesto contra a arbitragem, CBF e o “sistema”, Leila revelou conversa com Seneme e, também, com Ednaldo Rodrigues, presidente da entidade nacional que rege o futebol.
“Depois que eles soltaram aquela nota, recebi a ligação do presidente Ednaldo, que é uma pessoa que eu respeito demais. Conversei com ele e falei que o problema do Palmeiras não é com ele, e sim com a Comissão de Arbitragem. É inadmissível ter, no nosso país, uma comissão que não consegue resolver erros primários. Isso que passei para ele. Tenho contato direto,e o Palmeiras sempre foi muito bem atendido”, declarou.
“Prometem melhorias, novas tecnologias, dizem que erros não acontecerão mais. […] Falei com o Seneme uns 10 dias atrás, naquela parada da Data Fifa. Estive no Rio de Janeiro e conversei com ele uma hora, uma hora e meia. Sempre aquelas promessas: de que vai melhorar, estão trabalhando nisso, e a gente acredita. Daí vejo essa semana, outro erro absurdo, claro. Não foi nada subjetivo, e sim objetivo. Fico cansada, desanimada”, finalizou Leila.