RACISMO

Conmebol vai apurar racismo contra jogadores do Santos

A entidade vai abrir um expediente disciplinar para apurar os casos de racismo a Joaquim e Ângelo, durante partida contra o Audax Italiano, pela Sul-Americana
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Gazeta Esportiva

A derrota por 2 a 1 do Santos para o Audax Italiano, nessa quarta-feira, pela quarta rodada da fase de grupos da Copa Sul-Americana, foi marcada por mais um episódio de racismo no futebol. O zagueiro Joaquim e o atacante Ângelo foram vitimas de insultos no Estádio El Teniente, em Rancagua, no Chile. A Conmebol promete apurar o caso.

As ofensas foram registradas pelo árbitro Christian Ferreyra, do Uruguai, na súmula e já foram encaminhadas à Unidade Disciplinar da entidade que comanda o futebol sul-americano, com o relatório do delegado da partida, conforme apurado pela Gazeta Esportiva.

Com isso, a entidade vai abrir um expediente disciplinar para apurar o ocorrido e determinar possível punição. Em média, os expedientes disciplinares levam cerca de duas semanas para ser concluídos.

Segundo o Código Disciplinar da Conmebol, a multa para clubes “cujos torcedores insultarem ou atentarem contra a dignidade humana de outra pessoa ou grupo de pessoas, por qualquer meio” será de, pelo menos, US$ 100 mil (cerca de R$ 500 mil). Em caso de reincidência, o infrator poderá ser punido com multa de US$ 400 mil.

Ângelo diz ter sido chamado de “macaco” no momento em que foi substituído, aos 32 minutos do segundo tempo. O garoto deixou o gramado pelo lado oposto ao banco de reservas. Após o apito final, ele relatou o fato para o delegado da partida.

O Santos também declarou que Joaquim foi chamado de “macaco” quando foi expulso, nos acréscimos do primeiro tempo.

Ângelo cobra atitudes da Conmebol

Após o jogo, Ângelo falou sobre o caso. Ele declarou que foi apenas um torcedor que o insultou e cobrou atitudes da Conmebol.

“É incrível como as pessoas não amadurecem e não aprendem. Basta de racismo. É algo que machuca muito a gente. Que a punição seja feita. Foi um torcedor só. Quando eu saí eles me xingaram, mas coisa normal de jogo. Quando eu cheguei perto da bandeirinha, um torcedor veio me chamar de ‘macaco’ e fez gestos de macaco. Xinguei ele de volta na hora e pedi para o bandeirinha fazer alguma coisa. Mas, como sempre, as pessoas se omitem e não fazem nada. É complicado. Eu espero que a Conmebol tome uma ação e faça algo, tenha uma atitude”, disse.

“Tem que ser feita atitude, basta de ser só cúmplices e só falar. Tem que haver algo que as pessoas olhem e falem ‘não podemos ter mais racismo’. Não é só futebol. Aconteceu recentemente com o Vinícius Junior. É incrível como o ser humano não aprende. Está aqui minha indignação. Tem que ter atitude.”

Ângelo, atacante do Santos
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