O Superior Tribunal de Justiça suspendeu o zagueiro Eduardo Bauermann, do Santos, por 12 jogos. Ele foi julgado nesta quinta-feira (1º/6) por causa do envolvimento em manipulação de jogos para favorecer usuários de sites de apostas esportivas.
Bauermann foi o único dos jogadores denunciados que permaneceu na sede do STJD até o fim do julgamento. Ele se emocionou ao ouvir o voto da relatora. Outros atletas pegaram penas bem mais severas em comparação ao defensor santista.
Inicialmente, Bauermann responderia pelo artigo 243 do Código Brasileiro de Justiça Desportiva (CBJD). “Atuar, deliberadamente, de modo prejudicial à equipe que defende”. Porém, a auditora Adriane Hassen, relatora do processo, desqualificou para o artigo 258. “Assumir qualquer conduta contrária à disciplina ou à ética desportiva”.
Assim, o ex-zagueiro de Internacional, Paraná e América-MG levou seis jogos de suspensão por cada um dos eventos que combinou levar cartão amarelo, totalizando 12 partidas.
Eduardo Bauermann seguirá afastado do Santos, uma vez que o processo corre também na Justiça Comum. Na esfera esportiva, tanto o atleta quanto a procuradoria do STJD poderão recorrer da decisão em primeira instância.
Relembre o caso
Em jogo pelo Campeonato Brasileiro de 2022, contra o Avaí, o zagueiro do Santos recebeu R$ 50 mil de apostadores para levar um cartão amarelo, mas o árbitro não aplicou a punição naquela ocasião.
No jogo seguinte, contra o Botafogo, também no Brasileiro, Bauermann entrou em campo com a ordem de ser expulso. Mais uma vez, não levou o cartão nos 90 minutos. Após a partida, o defensor recebeu o vermelho, mas não contou para os sites de apostas.
Por não ter cumprido o combinado com os apostadores, Eduardo recebeu mensagens em tom de ameaça pelo WhatsApp. Ele chegou a devolver parte do dinheiro aos criminosos, além de oferecer um percentual dos direitos econômicos como garantia.
Operação Penalidade Máxima
A Operação Penalidade Máxima, do Ministério Público de Goiás, apura a influência de apostadores em partidas do Campeonato Brasileiro. O grupo oferecia valores vultosos para jogadores cometerem pênaltis e levarem cartões.
A combinação de eventos nos jogos impulsionava os lucros dos envolvidos e, em contrapartida, gerava prejuízo milionário às casas de apostas.