O primeiro dia dos preparativos para a sétima etapa da Stock Car 2024, em Belo Horizonte, terminou com muitas expectativas para a corrida, que será disputada no domingo (18). Na tarde desta quinta-feira (15), os pilotos fizeram o reconhecimento da pista, o chamado shakedown. O procedimento é o primeiro contato que as equipes têm com a pista de corrida fora dos simuladores. Quem passou pela esplanada do Mineirão pôde acompanhar um pouquinho do barulho dos motores – e também matar a ansiedade de ver os pilotos.
Júlio Campos, da Pole Motorsport, líder do campeonato com 499 pontos, contou que as pistas de rua trazem desafios distintos aos das tradicionais provas em autódromos e, por isso, o shakedown se torna ainda mais importante. “Na hora que a gente anda em pistas como essa, de rua, a gente acaba descobrindo lugares que o carro não pode passar, porque vai acabar tirando as rodas do chão. É uma pista bem desafiadora, com muitas freadas”, explica Júlio.
A Stock Car não tem corridas de rua desde 2015 – Belo Horizonte será a terceira cidade a receber uma prova do tipo na categoria, as primeiras foram Salvador (BA) e Ribeirão Preto (SP). O traçado da capital mineira, batizado de Circuito Toninho da Matta, em homenagem ao ex-piloto mineiro, tem 3.113 metros de extensão no entorno do Mineirão, com 12 curvas.
“É uma praça muito importante do automobilismo. E a gente correndo ainda com o nome do Toninho da Matta, pai do [também corredor] Cristiano da Matta, a gente sabe que são dois ícones do esporte e que são mineiros”, detalha Júlio.
Pilotos de scooter
Antes de ir para a rua com os carros que correrão no final de semana, os pilotos puderam fazer uma primeira visita à pista a pé, de carro ou de scooter. Essa etapa ajuda a conhecer o traçado, mas, assim como o shakedown, não traz uma experiência próxima à corrida, já que a pista deve ficar cheia de borracha dos pneus dos carros devido aos treinos desta sexta-feira (16).
O piloto Ricardo Zonta, da RCM Motorsport, vice-líder do campeonato com 494 pontos, relata estar confiante para as corridas do final de semana. “Eu vejo que em Belo Horizonte é uma pista difícil, e como eu e o Júlio temos experiência com pistas de rua, por termos corrido em Salvador e em Ribeirão Preto, acredito que temos um ponto de vista de pistas de ruas que pode ajudar um pouco”, explica.
Cada etapa da Stock Car conta com duas corridas: uma sprint, de 30 minutos + 1 volta, que será no sábado, às 15h, e uma corrida principal, de 50 minutos + 1 volta, que será no domingo, às 13h.
Foto: Edésio Ferreira/EM/D.A Press
Expectativa dos pilotos
Antes dos corredores darem partida para conhecer o traçado com seus carros, os mecânicos das equipes mexeram nos últimos detalhes, aspirando os motores e testando os pneus.
No parapeito da esplanada, dezenas de entusiastas do automobilismo tentaram matar a ansiedade para corrida dando uma espiada no que ocorria nos boxes.
Foi o caso do médico Robson Guimarães, de 50 anos, que levou o filho, Davi Scotellaro, de 14, para ter um gostinho da corrida antes de voltar ao Mineirão para assistir à disputa no domingo.
“Belo Horizonte precisa de eventos desse nível pra quem gosta de carro, pra quem gosta de diversão. A expectativa é grande. E é bom ver pilotos que só conhecemos pela TV quando eles passam perto do box”, conta o pai, que disse ter andado por toda a esplanada do estádio em busca do melhor lugar para ver os boxes.
O filho conta que é apaixonado por carros e que, sem torcer pra ninguém em específico, fica feliz ao ver qualquer corredor que passa por ali. “Acho que a corrida vai ser épica. A sensação de estar aqui perto, escutando o som dos carros, é muito boa. BH está precisando de um novo evento que chame a atenção pra cidade”, conta Davi.
A expectativa de que a capital mineira ingresse no calendário da Stock Car é compartilhada pelos corredores. Ricardo Zonta, inclusive, disse que a cidade pode se tornar uma “Mônaco da Stock Car”, em referência ao circuito de rua italiano que é sempre o mais esperado de toda temporada da Fórmula 1. “Tomara que consiga, todo ano, vir pra cá e ter uma corrida aqui que vai fazer parte do calendário como se fosse uma corrida especial”, defende. (Com Silvia Pires)
