Gabriel Medina começou a Olimpíada de Paris 2024 com o pé-direito: neste sábado (27/7), fez boa prova nas águas de Teahupo’o, no Taiti, na quarta bateria da primeira rodada do surfe, anotou 13,50 pontos e superou com facilidade o japonês Connor O’Leary (9,93) e o salvadorenho Bryan Perez (7,53). Grande favorito para vencer a medalha de ouro no esporte, o paulista de Sáo Sebastião é um dos principais atletas do Brasil nos Jogos.
No Taiti, Medina vai em busca da primeira medalha olímpica da carreira. Em Tóquio 2020 (disputada em 2021), primeira edição dos Jogos em que o surfe esteve presente ele bateu na trave – ficou em quarto lugar. Na ocasião, outro brasileiro brilhou: Ítalo Ferreira conquistou o ouro.
Desta vez, Gabriel não quer deixar e chance escapar e, para isso, tem carta na manga: o ótimo retrospecto em Teahupo’o. Ele foi campeão da etapa da WSL Championship Tour (o campeonato mundial de surfe) disputada na vila em 2014 e 2018, anos em que faturou o título da competição, e foi vice em 2015, 2017 e 2019. Agora, as águas do Taiti podem ser o cenário da conquista que falta para o atleta de 30 anos, que já é considerado um dos maiores surfistas de todos os tempos.
A trajetória de Gabriel Medina
A paixão do paulista pelo surfe vem desde cedo. Gabriel cresceu no literal norte de São Paulo e, com apenas oito anos, começou a praticar o esporte – estimulado pelo padrasto, que era surfista amador.
Rapidamente, o surfe virou “coisa série” para Medina. Ainda criança, começou a se fazer notar conquistando diversos títulos juvenis e juniores e, em 2011, com apenas 17 anos, chegou à principal competição do esporte: o WSL. O paulista foi o brasileiro mais jovem a chegar ao torneio e, logo na temporada de estreia, venceu duas das cinco etapas que disputou.
Gabriel já não era mais só uma promessa. Era realidade. Três anos depois, veio a comprovação: com apenas vinte anos, tornou-se o primeiro brasileiro da história a vencer o título do mundial. Em 2015, 2016 e 2017, o paulista seguiu entre os três primeiros e, em 2018, veio o segundo troféu da WSL.
Em 2021, Medina sofreu, talvez, o maior trauma da carreira: grande favorito ao ouro, foi eliminado ans semifinais dos Jogos de Tóquio após virada polêmica do azarão japonês Kanoa Igarashi, que fez manobra semelhante ao paulista, mas recebeu nota maior – o que gerou inúmeros questionamentos e protestos nas redes sociais. Na disputa pelo bronze, o brasileiro perdeu de novo e ficou sem medalha.
Poucos meses depois, Gabriel se reeergueu e tornou-se tricampeão mundial de surfe, igualando as lendas Tom Curren, Andy Irons e Mick Fanning no terceiro lugar do ranking de maiores campeões. Mesmo assim, após ano cansativo e em meio a drama familiar, ele anunciou pausa na carreira no início de 2022, para cuidar da saúde mental. Voltou cinco meses depois, mas, pouco tempo após o retorno, sofreu lesão que o afastou por mais cinco meses. O retorno à boa forma veio mesmo em 2023 e, desde então, Medina têm conseguido apresentar bons desempenhos com a prancha.
Medina abriu caminhos
A conquista do primeiro Campeonato Mundial, em 2014, não foi só de Medina – foi do surfe brasileiro como um todo. Após o título, o paulista abriu caminhos para outros surfistas do país brilharem e, desde então, a “Brazilian Storm” (tempestade brasileira) têm dominado os mares mais disputados do planeta.
Desde 2014, atletas brasileiros venceram sete das nove edições da WSL. Medina foi campeão em 2014, 2018 e 2021, Adriano de Souza, o Mineirinho, em 2015, Ítalo Ferreira em 2019 e Filipe Toledo em 2022 e 2023.
Gabriel Medina
- Nome: Gabriel Medina Pinto Ferreira
- Modalidade: Surfe
- Data de nascimento: 22 de dezembro de 1993 (30 anos)
- Local de nascimento: São Sebastião-SP
- Olimpíadas anteriores: Tóquio 2020 (disputada em 2021)
- Principais conquistas: Campeonato Mundial de Surfe (2014, 2018 e 2021)
Gabriel Medina em Paris 2024
27/7
- 14h: Primeira rodada (avançou em primeiro lugar na quarta bateria, com 13,50)
29/7
- 14h: Terceira rodada
30/7
- 14h: Quartas de final (caso se classifique)
- 18h48: Semifinais (caso se classifique)
- 21h12: Disputa pela medalha de bronze (caso se classifique)
- 22h34: Final (caso se classifique)