O tenista mineiro João Menezes anunciou a sua aposentadoria, nesse sábado (28/9), aos 27 anos. O campeão no Pan-Americano em Lima 2019 e representante brasileiro nos Jogos Olímpicos de Tóquio 2021 deu adeus às quadras após uma lesão.
Em março, João Menezes sofreu uma fratura por estresse na tíbia esquerda quando disputada uma competição em Recife. No entanto, a recuperação não foi como o esperado. O tenista afirmou não suportar jogar mais com intesidade para o tênis profissional e declarou não conseguir sequer se apoiar na perna esquerda.
“Foi uma decisão basicamente automática. Foi o meu corpo que tomou essa decisão. Até hoje sinto dor da fratura por estresse na tíbia que sofri no Recife, tenho várias limitações, não consigo mais apoiar na perna esquerda, ela serve apenas como muleta. Uma coisa é fazer uma exibição com intensidade mais baixa, outra é chegar e treinar quatro horas por dia, viajar e competir a cada semana. Não consigo mais”, explicou.
João Menezes declarou ter tentando tudo o que podia para seguir competindo. “Me sinto normal com essa decisão. Não tem mais o que fazer. Tentei tudo o que eu podia. Todos os tratamentos médicos, fisioterapia, infiltrações, cirurgias. Hoje tenho uma qualidade de vida boa, consigo me exercitar, ser ativo, consigo fazer outras atividades. Jogar tênis com nível profissional meu corpo não aguenta mais”, completou.
Agora, o tenista mineiro pretende terminar a faculdade de economia e se capacitar para dar aulas de tênis para crianças. Atualmente, morando em Uberaba, comanda sua arena de Beach Tennis.
Despedida nas redes e futuro do tenista
João Menezes se aposentou como o 172º do mundo. Além do ouro no Pan de Lima, no Peru, coleciona seis títulos profissionais, um challenger em Samarkad, no Uzbequistão, em 2019, e outros cinco canecos na Espanha, Brasil, Equador e Nigéria.
Em suas redes sociais, o mineiro se despediu dos fãs e agradeceu a família, tretinadores e entidades que o deram condições para ser tenista profissional.
“Termina-se minha maior aventura vivida até então. Viajei para lugares que nunca imaginei que conheceria, fiz amigos que vou levar pro resto da minha vida, perdi muitos jogos (muito mais que ganhei), arrebentei meu corpo inúmeras vezes, incontáveis horas de treino, sessões de fisioterapia, 6 cirurgias… Isso tudo misturado à uma intensidade altíssima, dedicação enorme, teimosia absurda e uma pitada resiliência…”
“Hoje vejo que cometi muitos erros, acertei outras tantas vezes, mas tudo que fiz, foi com as informações que tinha no momento.. E não me arrependo de nada, faria tudo outra vez… Por último, gostaria de agradecer à Deus, por ter vivido a vida que sempre sonhei, à minha família, sobretudo meus pais, que não mediram esforços para que eu pudesse jogar, e cada um que fez parte desta jornada.”
“Algumas menções que valem a pena serem citadas: Piki (meu segundo pai), Peniza, Narciso, Jaime, Frick, Rafa Westrupp, toda a equipe da ADK Tennis (minha segunda casa) e de outros centros de treinamento que fiz parte, 4 Slam e Tennis Route. E é claro, não poderia deixar de citar a CBT, que foi fundamental em todo o processo. Meu muito obrigado à todos vocês.”
