TÊNIS

‘Bia Haddad se cobra muito, precisa curtir mais’, diz Thomaz Koch

Bia Haddad está em 18º lugar no ranking da WTA e é um 'fenômeno', na opinião de Thomaz Koch, nome histórico do tênis brasileiro

Nome histórico do tênis brasileiro, Thomaz Koch, de 79 anos – completará 80 em maio –, é fã assumido de Bia Haddad. Ele aposta no talento da tenista, a brasileira mais bem colocada no ranking da Associação de Tênis Feminino (WTA) – é a 18ª colocada. Em entrevista exclusiva ao No Ataque, Koch, no entanto, faz uma ressalva importante, de algo que pode prejudicar a carreira da paulista: “A Bia Haddad se cobra muito, precisa curtir mais”.

Ele considera Bia Haddad tenista de raro talento.

“Bia Haddad é um fenômeno. Joga muito”, diz, antes de destacar: “Mas tem um problema. Ela se cobra demais. Ela precisa curtir mais quando está em quadra”

Thomaz Koch, ex-jogador e técnico de tênis

Para Thomaz Koch, a paulista precisa encarar com mais leveza o tênis: “Ela não erra nos treinos, mas, no jogo, comete erros. Tem horas que fica travada. Às vezes, quer a perfeição. Enfrenta qualquer adversária de igual para igual, mesmo as melhores”.

Mesmo assim, Koch – que integrou a comissão técnica da Seleção Brasileira entre 2007 e 2008, inclusive na Copa Davis – vê boas perspectivas para a carreira de Bia Haddad, de 28 anos: “Ela está ganhando experiência e vai mais longe.”

Promessas do tênis

Thomaz Koch fala com otimismo da nova safra do tênis feminino brasileiro. “Está muito bem representado e teremos muitas alegrias pra frente”, comenta.

Ele destaca, especialmente, Luísa Stefani, bronze nos Jogos de Tóquio’2020 ao lado de Laura Pigossi, na primeira medalha olímpica do tênis brasileiro.

“A Luísa teve uma contusão séria no US Open (em 2021), um tempo atrás. Eu sofri muito com aquela contusão. Isso atrapalhou muito a carreira dela, mas voltou e está em forma. Acredito muito nela, pois é uma abnegada”, diz Thomaz Koch sobre a tenista, de 27 anos.

Ele cita, ainda, dois nomes promissores: “Tem duas tenistas com 15 anos. Uma delas é conhecida por Naná, a Nauhany Silva, paulista. Já está no ranking mundial. E tem também a Vitória Barros que é do Rio Grande do Norte e treina na França”.

Koch fala sobre João Fonseca

Thomaz Koch ainda considera o tenista João Fonseca um ‘fora de série’.

Apontado como um novo fenômeno no tênis mundial, Fonseca também tem encantado o ex-jogador e treinador, que destaca: “Ele ainda é novo, é preciso dar um tempo, precisa de rodagem. Mas já o considero fora de série. Ele tem todos os golpes, o que não é comum”.

Koch lista as virtudes de João Fonseca. “Ele tem potência na direita e na esquerda. Um saque fantástico. Tem o que a gente chama de mão muito boa, smash, voleio. Não é vulnerável, em nenhuma situação. A direita dele é, a meu ver, a mais forte de hoje”, diz, fazendo, contudo, um alerta: “Mas ainda tem muito a aprender”.

Mas o jovem tenista, de 18 anos, precisa de maior equilíbrio em quadra no que tange à intensidade física: “Ele precisa saber dosar, pois se entrega muito num jogo. Se desgasta por isso. Vai aprender muito mais jogando torneios de Grand Slam, em disputas de cinco sets. Ele se entregando como faz, o físico e a cabeça se desgastam muito, o corpo não aguenta. Mas isso ele vai aprender”

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