
Rio de Janeiro – A importância de nomear atletas para o Hall da Fama, como o Comitê Olímpico do Brasil (COB) faz – já são 39 esportistas escolhidos -, é para que as trajetórias sirvam de referência para as futuras gerações. Esse foi o discurso de Robert Scheidt. O histórico velejador, dono de cinco medalhas olímpicas, sendo duas de ouro, destacou a importância da ação da entidade e falou sobre a sua maior inspiração, que era um atleta de outro esporte.
Atleta da vela, o paulista fez história ao participar de sete edições de Jogos Olímpicos e obter conquistas: foi ouro em Atlanta 1996 e Atenas 2004, prata em Sydney 2000 e Pequim 2008, e bronze em Londres 2012. Na Rio 2016, Scheidt terminou na quarta colocação, enquanto ficou em oitavo em Tóquio 2020.
As cinco medalhas de Robert Scheidt faz com que ele seja o segundo maior atleta olímpico da história do Brasil. Ele foi ultrapassado por Rebeca Andrade após Paris 2024, edição em que a ginasta conquistou quatro e chegou à marca de seis honrarias em Olimpíadas.
Esse velejador, que é o homem com mais conquistas – ao lado de Torben Grael e Isaquias Queiroz -, se fez presente no evento do Hall da Fama do COB e fez questão de exaltar a ação. Inclusive, Robert Scheidt relembrou que a sua maior inspiração no esporte era Joaquim Cruz, ou seja, o ídolo era um representante do atletismo brasileiro na década de 1980 e não da vela, esporte que ele viria a brilhar a partir da década seguinte.
“Eu acho que o Hall da Fama é muito importante porque esses atletas são os que vão inspirar e já estão inspirando a nova geração, do mesmo jeito que aconteceu comigo. Joaquim Cruz foi a minha maior inspiração. E, hoje, a gente serve de inspiração para esses jovens que estão sonhando em um dia participar de uma Olimpíada”
Robert Scheidt, histórico velejador brasileiro
O esportista mencionado pelo velejador marcou época no atletismo, precisamente na prova dos 800m rasos. Joaquim Cruz foi campeão olímpico em Los Angeles 1984 e ficou com a prata em Seul 1988. Na época, Scheidt tinha 11 e 15 anos e acompanhou as façanhas da “inspiração” que viria a escrever o prefácio da biografia de Robert, chamada “Robert Scheidt – O amigo do vento”, lançada no ano passado.
Homenagem do Hall da Fama do COB
O Comitê Olímpico do Brasil (COB) promoveu na noite de terça-feira (13/5), no Copacabana Palace, no Rio de Janeiro, um evento para homenagear quatro atletas que entraram para o Hall da Fama da entidade. Daiane dos Santos, da ginástica artística, Edinanci Silva, do judô, Gustavo Kuerten, o Guga, do tênis, e Afrânio Costa, do tiro esportivo – que morreu em 1979 -, foram os ícones do esporte brasileiro escolhidos para que a trajetória seja celebrada e premiada.
Daiane, Edinanci e Guga estiveram no evento no tradicional bairro de Copacabana e deixaram as marcas com mãos ou pés, enquanto Afrânio foi representado pela sobrinha-neta Cristina Ferraz. Os moldes estarão disponíveis no Centro de Treinamento do COB, e todos os detalhes da vida de cada um dos atletas está disponível na página digital do Hall da Fama do COB, que foi criado em 2018 e já contava com 35 atletas, chegando à marca de 39 ícones brasileiros.
O repórter viajou ao Rio de Janeiro a convite do Comitê Olímpico Brasileiro para participar de eventos no Rio de Janeiro e acompanhar in loco a homenagem. Acompanhe o No Ataque para ver os desdobramentos dos eventos na capital carioca.