O Osasco fez o ginásio do Pacaembu – lotado, com 2.139 pessoas – de caldeirão e não tomou conhecimento do Alianza Lima. Na noite desta terça-feira (9/12), o time paulista venceu a equipe peruana por 3 sets a 0 (25/14, 25/17 e 25/18) na estreia no Mundial de Clubes Feminino de Vôlei.
Superiores tecnicamente em relação ao atual vice-campeão sul-americano, as anfitriãs da competição tiveram atuação extremamente aguerrida. Salvando bolas difíceis, a defesa osasquense comandada por Camila Brait inflou ainda mais a participação da torcida, que já estava animada por ver o time no Mundial pela primeira vez desde 2017 e com sangue nos olhos devido ao “caso Tifanny”.
Ícone do clube paulista, Tifanny foi impedida de participar do torneio. No final de novembro, a oposta ficou de fora da lista preliminar do Osasco para o Mundial devido à exigência feita pela Federação Internacional de Voleibol (FIVB) da realização de “mais testes” para atletas transgênero.
Os resultados dos testes não foram divulgados pela entidade, que escolheu não se pronunciar sobre o caso. Apenas na manhã da estreia, nesta terça, saiu a decisão final – na lista decisiva de inscritas para o Mundial, o nome de Tifanny não estava lá. Revoltada pela decisão – Tifanny foi autorizada pela FIVB a jogar no vôlei feminino em 2017 e, desde então, faz exames regulares que atesta nível de testosterona no sangue bem abaixo do máximo permitido -, a torcida ovacionou a atacante de 41 anos, gritando o nome dela em três momentos diferentes antes do saque inicial.
Com o resultado, o Osasco assume a liderança do Grupo A do Mundial de Clubes – tem os mesmos três pontos do vice-líder Scandicci, da Itália, que derrotou o Zhetysu, do Cazaquistão, por 3 sets a 0 -, mas ganha no critério de desempate “saldo de pontos”. Já o Alianza Lima ocupa a lanterna da chave, com zero ponto.
Próximos jogos de Osasco e Alianza Lima
O Osasco volta a quadra nesta quarta-feira, a partir das 20h30, contra o Scandicci, da Itália, também no ginásio do Pacaembu, que sedia o evento.
O Alianxa Lima joga um pouco antes, às 13h30, contra o Zhetysu, do Cazaquistão. Ambos os duelos são pela segunda rodada do Grupo A.
O jogo
Luizomar de Moura escalou o Osasco com Larissa, Mayhara, Maiara Basso, Baird, Bianca Cugno, Jenna Gray e Camila Brait. Já o técnico Facundo Morando levou o Alianza Lima a quadra com Hart, Sanchez, Marín, Orie, Rodríguez, Abad e Yaniis.
O Osasco comando um verdadeiro atropelo no primeiro set. O time e a torcida se retroalimentavam – os adeptos começaram cantando de forma ensurdecedora, e o time fez jus ao apoio e inflamou ainda mais os presentes com desempenho aguerrido e brilho nas defesas – destaque para atuação “de manual” da líbero Camila Brait e para Bianca Cugno, que pontuou sete vezes para dar o time a vitória por 25 a 14.
Na segunda parcial, o Alianza Lima chegou a conseguir dar certo equilíbrio à disputa. Contudo, o Osasco rapidamente despontou, emplacando quatro pontos seguidos para abrir 14 a 8. A partir daí, o time paulista jogou com muito mais tranqilidade e não deixou o Alianza Lima encostar no placar, fechando em 25 a 17. Novamente, a maior pontuadora disparada da etapa foi a oposta Bianca Cugno, com sete bolas no chão.
O início do terceiro set foi o momento de maior equilíbrio da partida. O início foi ponto a ponto, até que, após o 7 a 7, o Osasco emplacou duas sequências de cinco pontos seguidos e despontou, abrindo 16 a 9. Camila Brait regia a atuação do time na defesa e no passe, enquanto Baird e Cugno brilharam e foram os principais destaques ofensivos. Quando as osasquenses pareciam que fechariam com tranquilidade, o Alianza emplacou quatro pontos seguidos aproveitando-se de erros dos mandantes e chegaram a diminuir a vantagem para dois pontos – contudo, o time de Luizomar se recuperou rapidamente e fechou o set – e o jogo – sem maiores dificuldades: 25 a 18.
