VÔLEI

A homenagem de jogadora do Osasco a Tifanny após bronze no Mundial de Vôlei

Jogadora do Osasco homenageou a 'irmã' Tifanny durante premiação do Mundial de Clubes Feminino de Vôlei

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Central do Osasco, Valqúiria homenageou a oposta Tifanny após a conquista do bronze no Mundial de Clubes Feminino de Vôlei neste domingo (14/12), com vitória por 3 sets a 0 sobre o Praia Clube no ginásio do Pacaembu, em São Paulo.

Valqíria é uma das melhores amigas de Tifanny no elenco. As duas, inclusive, costumam ser colegas de quarto nas cncentrações da equipe. Em entrevista exclusiva ao No Ataque, a central falou sobre o que a companheira passou – a atacante de 41 anos foi impedida de jogar o Mundial pela Federação Internacional de Voleibol, que exigiu a ela “mais testes” por ser atletas trans e não divulgou os resultados até o fim da competição.

No momento da premiação, Valquíria levou camisa com o número nove e nome de Tifanny para a foto oficial. A oposta não foi junto com o grupo para o palco montado na quadra, mas foi chamada em uníssono pela torcida – que a ovacionou em todos os jogos – e, devido às ovações, se juntou ao elenco e apareceu em algumas das fotos da gratificação.

O que Valqúiria falou ao No Ataque

“Cara, vou falar com todo o meu coração. Primeiro de tudo, a Tiffany faz totalmente parte desse time, desse grupo, desse clube, né? Infelizmente, por questões de regras e tudo mais, sabemos que são coisas que fogem do controle do próprio clube, até mesmo dela. Ela está fazendo as coisas que ela precisa fazer para ter o direito dela. E, de novo, essa medalha aqui também é dela”, iniciou Valquíria.

“A Tiffany não é só uma referência por ela ser trans, ela é uma referência de pessoa, de ser humano, de exemplo. Então assim, eu como amiga dela, inclusive ela é minha irmã, né? Eu acho que tudo ainda foi muito pequeno. Perto do que ela realmente merece. Então é isso. Quero que ela nunca esqueça que isso também faz parte dela. E vamos embora. Tem a Superliga inteira com ela do nosso lado e é isso. Acho que ela merece um ginásio todo lotado, todos os dias, né?”

Valquíria, em entrevista exclusiva ao No Ataque

O que Tifanny disse

“Foi uma emoção muito grande. Fazemos tudo juntas, somos um time, um corpo, um coração. Elas ganharam essa medalha por mim. Por tudo que eu passei, que eu estou passando ainda. Essa emoção é de saber que sou amada por todas elas, toda a comissão, toda a arquibancada. Por mais que tenham me tirado de lá de dentro, não tiraram o amor que as pessoas sentem por mim e o que eu sinto pelo esporte. Jamais vamos desistir, porque quando derrubam uma pessoa trans no esporte, está derrubando uma sociedade, um espaço de uma inclusão no esporte. Não fiz nada de errado, não tenho nada de errado, estou em todas as regras, isso que está acontecendo é simplesmente um absurdo.”

Tifanny

“Tiraram um sonho. Tiraram a minha oportunidade de estar dentro de quadra. Mas não tiraram o meu amor pelo vôlei, pelo esporte. Isso é realmente é muito difícil. Mas eu sei que é uma luta. Nós já tivemos lutas, alguns deles (pessoas trans) não podiam participar do esporte. Foi na base da luta que nós vimos que o esporte para vir para a frente do esporte. O movimento é do c*****. Mas a nossa luta vai ser grande, porque o esporte sempre é uma luta”, disse Tifanny.

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