O Scandicci fez história. Neste domingo (14/12), o time liderado pela oposta italiana Ekaterina Antropova surpreendeu, venceu por 3 sets a 1 (30/28, 25/19, 21/25 e 25/23) o favorito Conegliano, de Gabi Guimarães, e conquistou o título do Mundial de Clubes Feminino de Vôlei, no ginásio do Pacaembu, em São Paulo.
O time do técnico Marco Gaspari teve grande atuação contra aquela que é amplamente considerada a melhor equipe do planeta. Gabi Guimarães teve boa atuação, com 19 pontos, mas coletivamente o Conegliano esteve irreconhecível e errando bem mais que o de costume. O Scandicci contou com o brilho da sua “dupla dinâmica” de atacantes – a oposta Antropova fez 24 pontos e a ponteira estadunidense Skinner fez 18.
Lotado, o Pacaembu apoiou com força o Conegliano e fazia barulhos ensurdecedores a cada ataque positivo de Gabi e a cada passagem da craque brasileira pelo saque. O gigante ensaiou reação com a vitória nno terceiro set, mas voltou a ter desempenho abaixo do esperado no quarto e perdeu a oportunidade de ser tetracampeão mundial.
O Scandicci conquista o maior título da sua história. A equipe sequer havia chegado na final do Mundial em outra ocasião antes desta. O time de Antropova, Skinner e da brilhante levantadora sérvia Maya Ojgenovic classificou para a competição por ser o atual vice-campeão da Liga dos Campeões da Europa – na final, perdeu justamente para o Conegliano.
A campanha do Scandicci
O Scandicci foi praticamente impecável e perdeu apenas um set ao longo de toda a competição. No Grupo A, venceu por 3 sets a 0 Alianza Lima, do Peru; Osasco e Zhetysu, do Cazaquistão. Na semifinal, eliminou o Praia Clube com vitória por 3 sets a 0.
O Conegliano, por sua vez, passou maiores apertos, embora fosse mais favorito. O time de Gabi também teve campanha “perfeita” no Grupo B, com vitórias por 3 sets a 0 sobre o Orlando Valkyries, dos Estados Unidos; o Zamalek, do Egito; e o Praia CLube. Na semifinal, contudo, a equipe teve grandes dificuldades e virou “no sufoco” contra o Osasco, vencendo por 3 sets a 1.
O jogo
Ambos os técnicos foram com o que tinham melhor a quadra. Daniele Santerelli escalou Lubian, Chirichella, Gabi Guimarães, Zhu Ting, Haak, Wolosz e De Gennaro. Já Marco Gaspari escalou Bosetti, Nwakalor, Weitzel, Skinner, Antropova, Ognjenovic e Castillo.
O primeiro set foi eletrizante. O Conegliano começou melhor, abriu quatro pontos de vantagem – 11 a 7 -, depois ampliou para seis – 19 a 13 – e indicava que fecharia a parcial sem grandes dificuldades, com brilho de Gabi, que foi a maior pontuadora da etapa, com nove pontos.
O gigante italiano chegou ao 24 a 20 e teve quatro match points consecutivos. Contudo, brilhou a estrela de Antropova (seis pontos) na reta final – antes, Nwakalor (sete pontos) e Skinner (seis) vinham sendo as protagonistas -, e o Scandicci emplacou cinco pontos seguidos para virar o duelo. A partir daí, o Scandicci teve quatro set points seguidos salvos pelo Conegliano. No quinto, contudo, a equipe de Marco Gaspari venceu o set, graças a erro de Zhu: 30 a 28.
Abalado pela derrota de virada na primeira parcial, o Conegliano começou mal – embalado, o Scandicci logo abriu 5 a 1. Liderado por Antropova, que foi a maior pontuadora da parcial com oito bolas no chão, o time de Marco Gaspari dominou a equipe de Daniele Santarelli do início ao fim e não esteve atrás do placar nenhuma vez na parcial. Nnehuma jogadora do Conegliano pontuou mais de duas vezes no set – Lubian, Haak, Chirichella e Sillah ficaram empatadas com dois pontos, e Gabi fez apenas um. Final: 25 a 19.
O Scanndicci começou melhor a terceira parcial. Mas, antes ainda da metade do set, o time de Santarelli “virou a chave” graças a empurrão da torcida, que se animou com passagens brilhantes de Gabi Guimarães no fundo de quadra e no saque e passou a comemorar de forma ensurdecedora cada ponto do Conegliano. A equipe fez quatro pontos seguidos para virar de 10 a 8 para 12 a 10 e, a partir daí, passou a dominar o jogo, fechando o set em 25 a 21 com belo ponto de Gabi – segunda maior pontuadora do set, com quatro pontos, abaixo de Haak, que colocou a bola no chão impressionantes oito vezes.
O Scandicci se recuperou rapidamente, começou melhor o segundo set e, na metade, emplacou cinco pontos seguidos para abrir boa vantagem – 15 a 10. O time de Antropova tentou fazer a manutenção da vantagem, mas o Conegliano cresceu em meio à pressão e empatou no final – 21 a 21. Os últimos pontos foram eletrizantes e muito alternados, mas o Scandicci fechou em um emocionante 25 a 23, com brilho de Antropova mais uma vez – a oposta campeã olímpica pela Itália em Paris 2024 pontuou oito vezes na parcial.
