VÔLEI

‘Tranquila, brava e louca’: Thaísa marca volta do Sul-Americano de Vôlei ao Brasil

Brasil sediou o Sul-Americano pela última vez há 14 anos. Agora, campeonato retorna ao país e Seleção conta com maturidade de Thaisa, única remanescente de 2009
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São 14 anos e seis títulos que separam a última edição do Sul-Americano jogada no Brasil. Em 2009, a Seleção disputou o torneio em Porto Alegre – e venceu. Neste ano, o campeonato será jogado em Recife. Além da força da torcida, o Brasil conta com um reforço de peso: Thaísa, que também é uma ligação com o evento no Rio Grande do Sul.

Carreira de Thaísa

A central Thaísa, atual jogadora do Minas, é a única remanescente do plantel de 2009. De lá para cá, a jogadora conquistou mais uma medalha olímpica, em 2012 – já havia alcançado o ouro em 2008. Também adicionou ao currículo cinco Superligas. Sem contar prêmio individuais, títulos da Copa do Brasil, Campeonato Mundial de Clubes e outros.

Tantas conquistas podem amenizar as dificuldades do trajeto, que não foi tão simples. Em 2007, quando atuava na Turquia, Thaísa lesionou gravemente o joelho esquerdo. Artroscopia, menisco estourado e injeções para burlar a dor até não aguentar mais. Na sequência, uma luxação no tornozelo a motivou a dar a devida atenção ao joelho.

Àquela altura, a central chegou a ouvir que não jogaria mais. Ela não desistiu. Fez transplante de cartilagem e aderiu o aparelho à perna esquerda. Na base da força de vontade e dos tratamentos, retornou às quadras e recuperou o destaque – palavra que sempre foi companheira de carreira de Thaísa.

Dispensa da Seleção

Há quatro anos, Thaísa enfrentou mais um obstáculo. Em 2019, ela alegou desgaste físico e, com foco na duração da carreira, pediu dispensa da Seleção Brasileira. Consequentemente, ficou fora da Olimpíada de 2020, em Tóquio.

Em maio deste ano, o que os fãs do voleibol desejavam aconteceu. Ela anunciou o retorno à Seleção para jogar a Liga das Nações. A última aparição com a amarelinha tinha sido no Mundial de 2018.

Maturidade

A tranquilidade é o que difere as versões de Thaísa, segundo ela própria. “A maior diferença entre essas duas Thaísas é que hoje não tenho mais aquela ansiedade que a gente tem quando mais jovem. Consigo canalizar a energia para performar e ao mesmo tempo consigo ficar em paz para fazer o que precisa ser feito com a mente tranquila”, disse a central à Confederação Brasileira de Vôlei (CBV), ao refletir sobre aquele Sul-Americano de 2009.

O comportamento em quadra, de jogadora líder, referência e vibrante, foi posto por Thaísa como contraditório neste momento de maturidade: “Ao mesmo tempo que sou brava e meio louca dentro de quadra, eu tenho muita paz dentro de mim durante os jogos. Fico tranquila, com muita estabilidade. Jogar no Brasil é diferente. Ao mesmo tempo que recebemos um carinho enorme da torcida, a pressão também é grande. A gente sempre quer fazer mais. É preciso não se deixar levar por essa pressão”.

Brasil no Sul-Americano de Vôlei

O Sul-Americano Feminino de Vôlei será disputado em Recife, capital de Pernambuco, entre 19 e 23 de agosto.

Em 35 edições, o Brasil conquistou o troféu 22 vezes.

O ginásio Geraldo Magalhães, popularmente conhecido como Geraldão, sediará as partidas entre Brasil, Argentina, Chile, Colômbia e Peru.

O campeonato serve à Seleção Brasileira como forma de preparação para o Pré-Olímpico, em setembro.

Confrontos e horários do Brasil no Sul-Americano

  • 19/8  (sábado) – Brasil x Chile – 20h30 – Recife (PE);
  • 20/8 (domingo) – Brasil x Argentina – 18h30 – Recife (PE);
  • 22/8 (terça-feira) – Brasil x Peru – 20h30 – Recife (PE);
  • 23/8 (quarta-feira) – Brasil x Colômbia – 20h30 – Recife (PE).

Convocação da Seleção Brasileira 

O técnico José Roberto Guimarães convocou 14 atletas ao Sul-Americano:

  • Levantadoras: Macris e Roberta;
  • Opostas: Rosamaria, Tainara e Kisy;
  • Ponteiras: Gabi, Julia Bergmann, Maiara Basso e Pri Daroit;
  • Centrais: Carol, Diana e Thaísa;
  • Líberos: Natinha e Nyeme.
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