Há exatos 15 anos, em 23 de agosto de 2008, a Seleção Brasileira fez história. Vontade, vibração, emoção e concentração marcaram a campanha vitoriosa da equipe liderada por José Roberto Guimarães.
Na final da Olimpíada de Pequim, o Brasil derrotou os EUA por 3 sets a 1 (parciais de 25/15, 18/25, 25/13 e 25/21) e, pela primeira vez, conquistou o ouro olímpico. A partida coroou o desempenho das atletas, que venceram as oito partidas que disputaram e perderam apenas um set.
O ponto que consagrou a Seleção, um pequeno rali, começou no saque da levantadora Fofão. As estadunidenses receberam bem, mas deram de cara com o bloqueio brasileiro, que amorteceu o ataque. Na sequência, a camisa 7 defendeu, Sheilla levantou e, longe da rede, Thaísa atacou. Dessa vez, a redonda não foi bem recepcionada e, num erro de ataque, o Brasil alcançou o 25º ponto.
Atual assistente da Seleção, Sheilla mencionou o último ponto como o mais especial, em entrevista ao Sportv: “A gente paralisa (quando vence). Eu lembro daquele momento até hoje, da gente comemorando”.
O elenco
O elenco que defendeu a Seleção Brasileira na Olimpíada de 2008 era repleto de nomes tidos, atualmente, como referência: Fabi, Sheilla, Jaqueline, Fabiana, Walewska, Thaísa, Valesquinha, Carol Albuquerque, Sassá, Mari, Paula e Fofão.
Fofão, capitã da conquista, parou de jogar após a competição. Atualmente, é treinadora da Seleção feminina Sub-17.
Mari e Paula formaram dupla no vôlei de praia por duas partidas oficiais e, depois, se aposentaram.
Carol Albuquerque encerrou a carreira em 2021, aos 43 anos. Valesquinha também se retirou em 2021, aos 45 anos. Na linha das despedidas, Walewska deixou o Praia e a vida de jogadora no ano passado. Sassá, em abril deste ano, anunciou a aposentadoria.
Fabi encerrou a carreira aos 38 anos. Hoje, atua como comentarista no Sportv.
Fabiana, Jaqueline e Thaísa seguem nas quadras. Elas defendem o Osasco, o Campinas e o Minas, respectivamente.
Thaísa, inclusive, é a única remanescente daquele título. Neste ano, pela equipe nacional, já disputou a Liga das Nações de Vôlei, o Sul-Americano e se prepara para o Pré-Olímpico.
Sheilla ainda acompanha a Seleção, mas do lado de fora. Neste ano, a ex-camisa 13 trabalha como assistente da equipe.
José Roberto, por sua vez, tornou-se o primeiro técnico campeão olímpico no vôlei masculino e no feminino.
Abre aspas
Durante a disputa do Sul-Americano de 2023, em declaração ao Sportv, Sheilla relembrou a conquista: “É muito especial. Olimpíada sempre foi um sonho para mim. Nossa geração e a comissão sonharam juntos e a gente conseguiu conquistar esse grande título, o primeiro feminino do Brasil numa Olimpíada. É de orgulho e alegria imensa ter feito parte dessa história”.
Valesquinha se pronunciou sobre a campanha: “Parece que a ficha não caiu ainda. E as emoções se repetem a cada ano, na mesma data. Fico pensando como a gente estava. A conquista foi gratificante em todos os sentidos. Não são só as 12 que estavam ali, foi uma nação inteira”.
O 25º ponto também foi mencionado pela ex-central como o mais impactante. “O último ponto é sempre o último ponto. É aquela coisa do acerto nosso, erro delas. E sabendo que era uma bola apenas para chegar no nosso glorioso sonho de ser campeãs olímpicas. Eu não sabia se corria, se chorava, se abraçava alguém… Era nosso”, completou.
Campanha brasileira em Pequim
Fase de Grupos – Grupo B
- Brasil 3×0 Argélia
- Brasil 3X0 Rússia
- Brasil 3×0 Sérvia
- Brasil 3×0 Casaquistão
- Brasil 3×0 Itália
Quartas de final
- Brasil 3×0 Japão
Semifinal
- Brasil 3×0 China
Final
- Brasil 3×1 EUA