VÔLEI

Carol Gattaz fala sobre causas das mulheres e LGBTQIAP+: ‘Quero encorajar’

Em entrevista exclusiva ao No Ataque, Carol Gattaz falou sobre ser referência e inspiração na luta de mulheres e de LGBTQIAP+
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Carol Gattaz, referência no vôlei feminino, também é exemplo fora das quadras. A central do Minas se posiciona com frequência nas redes sociais e em entrevistas sobre diversas causas que envolvem o direito das mulheres e das pessoas LGBTQIAP+.

Em entrevista exclusiva ao No Ataque, a jogadora disse que não considera que ‘levanta bandeiras’, mas ressaltou que acha importante se posicionar em prol de causas para que o respeito prevaleça na sociedade.

“Por mais que a gente já tenha dado passo a frente nessa luta da igualdade das mulheres, o Brasil ainda é um pais machista. Eu não gosto de levantar bandeiras, gosto de fazer tudo com muita leveza, porque não acho que a minha verdade é a verdade única. Gosto de expor que existem maneiras das pessoas serem reconhecidas, serem felizes e das pessoas respeitarem, sendo nas causas raciais, causas LGBTQIA+”, disse Gattaz.

A atleta de vôlei ainda pregou que gosta de encorajar mulheres. Carol Gattaz é assumidamente bissexual e defendeu que o principal na luta de gênero é a conquista da independência.

“Se houvesse mais amor e mais respeito das pessoas, acho que o mundo seria melhor. Sou uma mulher independente, tenho meu emprego, não tenho namorado ou namorada, então não dependo de ninguém. Eu quero encorajar e mostrar que as mulheres tem essa força. A mulher não precisa ser casada pra ser uma pessoa ativa no mundo”

Carol Gattaz, central da Seleção Brasileira

Referência para mulheres 40+

A central fez história na Olimpíada de Tóquio (2021) ao conquistar a medalha de prata com a Seleção Brasileira aos 40 anos – a mulher brasileira mais velha a alcançar o feito.

“Eu hoje represento ainda a categoria de mulheres acima de 40 anos, que anos atrás eram consideradas velhas. Hoje em dia, não. Vemos varias pessoas mas ativas com 40, 50, 60, 70 anos. Não tem que ter limites e gosto de brigar por essas causas. O que mais me deixava feliz eram mulheres acima de 40, que depois da Olimpíada vinham até mim e falavam: ‘Carol, obrigada. Eu voltei a jogar vôlei’, porquê me viram na Olimpíada”

Carol Gattaz, em entrevista ao No Ataque

Por fim, a jogadora afirmou que um das motivações para brigar por uma vaga na Olimpíada de Paris 2024 é quebrar o próprio recorde – no período dos Jogos, ela terá 43 anos.

“Para mim, é muito gratificante. Brinco que meu principal objetivo pra estar na olimpíada é quebrar barreiras, porque se eu estiver, vou ter 43 anos. E isso é raríssimo. Não temos que ter barreiras. Essas causas que gosto de falar e me posiciono é porque acho que as pessoas tem que viver da maneira que acham melhor e que vão ser felizes”, finalizou.

Comentários negativos e hate

Apesar de ser uma inspiração para muitos, a jogadora recebe comentários de ódio nas redes sociais, quando se posiciona sobre os assuntos que se identifica – principalmente os relacionados à idade. No entanto, ela afirmou que foca em absorver apenas os comentários positivos.

“Eu recebo poucos comentários, e tento absorver da melhor maneira, mas a gente é humano e alguns comentários no deixam tristes. Alguns comentários sobre eu me aposentar. As pessoas tem memoria curta, porque até um ano atrás estavam me dando parabéns. Mas tenho tantas coisas positivas, que o negativo que vem eu procuro deixar de lado”, falou.

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