Walewska Oliveira está sendo velada e será sepultada neste sábado (23/9), em Belo Horizonte, cidade onde nasceu, em cerimônia fechada para parentes e amigos. A campeã olímpica morreu na última quinta-feira (21), aos 43 anos, após cair do 17º andar do prédio em que vivia, na Bela Vista, em São Paulo.
Rafael Alves, jornalista e amigo da família, explicou que a escolha se deu em razão do luto. Segundo ele, não é o melhor momento para exposição, portanto, a decisão foi por preservar o momento íntimo. Mas, agradeceu a todos os fãs e imprensa pelo carinho. “É um momento de luto e muita dor”, declarou.
Com esquema de segurança reforçado, mais de 100 pessoas marcaram presença na despedida da atleta, entre elas amigos e companheiros de vôlei: Fabi e Sheilla, bicampeãs olímpicas; Fofão, três vezes medalhista olímpica; Suellen, do Praia Clube; Anderson, ex-Seleção Brasileira; Samuel, medalhista olímpico, e Gustavo, do Minas.
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Membros de comissões técnicas e outras pessoas que trabalharam com a ex-jogadora estiveram presentes. Renatinha, Ju e Lira, jogadoras que começaram a carreira junto com a campeã olímpica, e Iara Ribas, primeira treinadora de Wal, também compareceram ao velório.
O último adeus à campeã olímpica também conta com uma série de homenagens da Confederação Brasileira de Vôlei (CBV), da Confederação Sul-Americana de Vôlei, do Comitê Olímpico do Brasil e de outros clubes, como Minas e Praia Clube.
Eterno carinho
Num momento de dor, Rafael Alves relembrou momentos com Walewska e falou com carinho sobre a amiga campeã olímpica. “A palavra que define a Walewska é garra”, declarou.
“Além de amigo, sou um aficcionado pelo vôlei brasileiro, principalmente o feminino, e tinha outras amigas jogadoras. Sempre falamos sobre a rivalidade entre Brasil e Cuba, com a gente sempre em terceiro lugar. A Waleswka foi a pessoa que me deu a oportunidade de sentir o sabor do ouro, porque assim que ela chegou das Olímpiadas eu dei uma mordida na medalha de ouro e soube o gosto do pódio, da conquista maior. Ela trouxe uma medalha, junto com toda a equipe que foi para Sidney, mas da qual ela foi uma grande liderança.”
Apesar das boas lembranças, o jornalista e amigo da família comentou a possibilidade de a amiga vir se sentindo pressionada. “As redes sociais geram uma necessidade de performance que ultimamente têm gerado bournouts e problemas em várias pessoas, não só nela, mas em várias pessoas. Talvez sim, a quantidade de demanda pode ter gerado uma grande pressão e essa necessidade de performance.”
O que aconteceu
O UOL teve acesso nessa sexta-feira (22) ao boletim de ocorrência da morte de Walewska. O documento diz que, de acordo com a gestora do prédio, a campeã olímpica de vôlei caiu do 17º andar na região do bairro Jardins, em São Paulo.
Ainda segundo o boletim de ocorrência, uma carta de despedida foi encontrada dentro de uma pasta sobre a mesa em que Walewska estava. Uma garrafa de vinho, uma taça e um celular também foram encontrados. O local é uma área de lazer do edifício.
Uma unidade de resgate tentou reanimar a ex-jogadora, mas foi declarada a morte no local.
Carreira de Walewska
Wal, como era conhecida, faturou o ouro olímpico em Pequim-2008. Antes, ela fez parte do elenco brasileiro que foi bronze em Sydney-2000.
Em clubes brasileiros, a central se destacou por Rexona/Ades, Vôlei Amil e Dentil Praia Clube. No exterior, atuou por Sirio Perugia (Itália), Grupo 2002 Murcia (Espanha) e VC Zarechie Odintsovo (Rússia).
A brasileira se aposentou das quadras no ano passado e, nos últimos tempos, apostava em lançamento de produtos envolvendo liderança e alta performance.