MORTE DE WALEWSKA

Viúvo relata que cogitou divórcio um dia antes de morte de Walewska

Ricardo Mendes diz que estava preocupado com saúde mental da ex-esposa: 'Se soubesse que tomaria essa decisão, anularia minha vida para continuar com ela'
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Viúvo de Walewska Oliveira, Ricardo Alexandre Mendes se pronunciou pela primeira vez sobre a morte da ex-voleibolista. A campeã olímpica caiu do 17º andar do prédio onde morava em São Paulo, na última quinta-feira (21/9). Um dia antes do episódio, o casal teve uma discussão na qual o marido cogitou a possibilidade de divórcio.

“Por todo o amor que eu tenho por ela, se eu soubesse que ela iria tomar essa decisão, eu anularia minha vida e os meus sentimentos para continuar com ela”, declarou Ricardo Mendes, em matéria publicada pelo Uol, nesta segunda-feira.

“Ela me questionou que eu estava estranho e distante. Eu respondi que não dava pra continuar onde não havia mais amor entre homem e mulher. Ela ficou introspectiva, ficou quieta e fomos dormir. A gente se amava, eu esperava ela aceitar a separação numa boa”, comentou.

Ausência no velório de Walewska

De acordo com Ricardo, a ausência dele no velório de Walewska, em Belo Horizonte, foi a pedido da família da ex-atleta. O corretor de imóveis de 48 anos também explicou por que não arcou com as despesas do funeral da esposa.

“Me tiraram o direito de me despedir do amor da minha vida. Estava com o bilhete aéreo emitido, um amigo da família disse que os pais dela orientaram eu não ir, até para preservar a todos pelo clima da tragédia”, alegou.

“Ninguém ligou para falar de valores. Pretendo restituir tudo. Não tive condições psicológicas de reconhecer o amor da minha vida, que está morta”, complementou.

Versão do irmão de Walewska

Também em entrevista ao Uol, o irmão de Walewska, Wesley Oliveira, disse que Ricardo Mendes evitou participar das burocracias para a liberação do corpo.

“Eu precisei de um documento da minha irmã para liberar o corpo dela. Ele (Ricardo) deixou o RG na recepção do prédio. Depois, precisei pegar uma roupa pra vestir minha irmã, ele também deixou na portaria para a funerária pegar. Não encontrei com ele em nenhum momento”, relatou.

“Eu fiz o que tinha que fazer porque era minha irmã. Corri para o prédio no dia do incidente, resolvi todas as burocracias, eu paguei tudo. Tanto a parte do translado, até todos os custos gerais do funeral. No total foram R$ 20 mil de custos. O marido da minha irmã não arcou com nada”, afirmou o piloto de 41 anos.

Saúde mental de Walewska

Ricardo disse que estava preocupado com a saúde mental de Walewska. “Ela nunca disse que tiraria a própria vida. Ela me disse que estava passando por muitas coisas na vida dela, que até pensou em ‘fazer uma besteira’. Foi aí que percebi que ela já não estava tão forte como sempre foi”.

“Uma vez ela disse para mim: posso perder dinheiro, posso perder status, mas não posso perder você. Esse poder de posse sempre me preocupou. Por isso, de uns três anos pra cá, sempre tive compaixão e cuidado, justamente preocupado com a reação dela. Tentei levar e administrar a crise”, concluiu.

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