Bicampeã olímpica de vôlei, Jaqueline postou vídeo chorando copiosamente pelo fim do Campinas. O clube paulista liberou várias atletas por não ter condições de pagar os salários e encerrou as atividades depois de apenas três meses de fundação.
O Campinas era gerido pelo Instituto Tandara Caixeta, que tinha a voleibolista suspensa por doping e o marido dela, Cleber de Oliveira Junior, à frente do projeto.
Em nota divulgada nas redes sociais, nessa quarta-feira (18/10), Cleber apontou dificuldades para manter o Campinas, se desculpou com Jaque e as demais atletas pelo fim da equipe e prometeu honrar os compromissos financeiros.
“O Campinas Vôlei Feminino, vem por meio desta nota, primeiramente pedir desculpas a todas as atletas, comissão técnica, gestores, comunidade do vôlei, torcida, a cidade de Campinas, imprensa, autoridades, federação, confederação, parceiros, patrocinadores e amantes do voleibol”, diz o trecho inicial do texto assinado por Cleber.
“O desafio de fazer esporte no Brasil é enorme, mas, não desistiremos. Perdemos momentaneamente a batalha, mas não o sonho de fazer um grande projeto esportivo. Todos os compromissos financeiros firmados serão honrados”, concluiu o marido de Tandara, autodenominado como ‘representante’ do Campinas.
Retorno de Jaque às quadras
Jaqueline abandonou a aposentadoria do vôlei para fechar com o Campinas. Ela ficou dois anos longe das quadras devido a uma pausa na carreira.
Na última partida que fez pelo Campinas, levou mais de 5 mil pessoas ao ginásio do Concórdia na eliminação da equipe na fase classificatória do Campeonato Paulista.
“Gente, não paro de chorar. É tão triste. Eu tava tão feliz com esse retorno, com tudo, tava tão esperançosa de que tudo ia dar certo. Acreditei até o último momento. Mas infelizmente não deu. Saio de cabeça erguida, com muito orgulho de que tudo que pude fazer eu fiz”, disse Jaque, em vídeo publicado nos stories do Instagram.
Entenda o caso
O Campinas foi fundado em julho deste ano com planejamentos ousados, incluindo a promessa de vencer o Mundial em quatro anos.
Para a disputa do Campeonato Paulista e da Superliga C, o clube fez contratações de peso, como as ponteiras Jaqueline e Mari Paraíba e a levantadora Fabíola.
Contudo, três meses depois da fundação, o Campinas entrou em crise financeira pela falta de patrocinadores e abriu mão da disputa da Superliga C.
Sem perspectiva de mudança na situação, o clube liberou todas as atletas para procurar outros clubes.