Campeão olímpico de vôlei com o Brasil, André Felippe Falbo Ferreira, o Pampa, morreu nesta sexta-feira (7/6), aos 59 anos. O ex-atleta lutava contra um linfoma (câncer no sistema linfático).
Pampa morreu em decorrência de complicações pulmonares causadas por uma reação à quimioterapia. Ele estava internado na UTI da Beneficência Portuguesa, em São Paulo.
Medalhista de ouro com a Seleção Brasileira nos Jogos Olímpicos de 1992, em Barcelona, Pampa descobriu um linfoma de Hodgkin e iniciou, em janeiro deste ano, o tratamento. Eram previstas quatro sessões de quimioterapia.
Em abril, dias após a quarta etapa da quimioterapia, o ex-jogador apresentou febre e precisou de atendimento emergencial.
O quadro piorou em decorrência de complicações pulmonares, que surgiram em meio à quimioterapia, e ele precisou ser intubado.
O campeão olímpico conseguiu a liberação do plano de saúde para ser transferido a São Paulo, onde receberá melhores condições de tratamento. A locomoção precisa ser por via aérea.
Ex-atletas de seleção participaram de uma espécie de “confraria”: a prioridade deles era conseguir a remoção de Pampa o mais rápido possível à capital paulista.
Em nota, a Confederação Brasileira de Vôlei lamentou a morte de Pampa.
“Pampa foi um jogador de extremo talento e fez parte da geração que levou o vôlei brasileiro pela primeira vez ao alto do pódio olímpico. Será para sempre referência. É um dia muito triste para todo o voleibol brasileiro. A CBV se solidariza com a família e os amigos deste grande jogador, que escreveu seu nome para sempre na história do esporte mundial”, diz a nota assinada pelo presidente da CBV, Radamés Lattari.
Carreira de Pampa
Pampa nasceu no Recife e optou por investir na carreira de jogador de vôlei após praticar vários esportes na juventude.
Ele começou a trajetória profissional no Santa Cruz e passou por diferentes clubes do Brasil e da Europa, como Palmeiras, Suzano, Lazio e Napoli. O atleta também acumulou uma passagem pelo Japão.
A primeira Olimpíada representando o Brasil foi a de 1988, como calouro da histórica “Geração de Prata”. Nos Jogos de 1992, Pampa foi um dos destaques da equipe brasileira que conquistou o ouro em Barcelona e dividiu a quadra com nomes como Carlão, Tande, Marcelo Negrão e Maurício.
O jogador trocou o esporte pela política no início dos anos 2000, quando atuou dentro do Ministério do Esporte. Ele também trabalhou como secretário em cidades como Suzano e Campos dos Goytacazes.
No vôlei mineiro, Pampa trabalhou como técnico do Betim, equipe que, posteriormente, foi incorporada ao Cruzeiro.
Além do primeiro título olímpico do vôlei brasileiro, Pampa conquistou a Liga Mundial de 1993 e foi prata nos Jogos Pan-Americanos de 1991 com a camisa verde-amarela.