O campeão olímpico Marcelo Negrão criticou a falta de variação de jogo da Seleção Brasileira de Vôlei em entrevista ao jornalista Alê Oliveira, do canal Ataque Defesa, no Youtube.
Uma das lendas do ouro olímpico em Barcelona, em 1992, Negrão disse que os selecionados do Brasil sempre tiveram um modelo de ataque diferenciado. Sem isso, é quase impossível a conquista de um grande título.
“O vôlei hoje deu uma andada para trás em relação ao ataque, e o Brasil está nesta mesma onda, parou de ter essa criação. Quando nós deixamos esse legado de ter essa criação, de fazer com que os jogadores fizessem várias jogadas, a desmico, a pipe, que é uma jogada mais rápida, jogo mais rápido chutando na ponta, na saída, dois tempos atrás, hoje eles não foram ensinados a isso. A bola deles é alta na ponta e na saída, bola pipe e no fundo”, disse.
“Quando a gente começa a jogar de igual para igual com o americano, o italiano, o russo, com o jogo de bola na ponta, na saída e pipe, o jogo fica muito igual, porque eles sempre fizeram isso. Se a gente faz a mesma coisa que eles, nunca se dá bem. Até pode se dar bem em um dia que acerta o saque”, afirmou
“Enquanto está jogando de igual para igual, vai depender do dia de como cada um vai acordar”, acrescentou.
Negrão mostrou pessimismo em relação aos Jogos de 2024. “O Brasil sempre foi um time que surpreendeu, e todas as Olimpíadas que ganhou tinha um modelo de ataque diferenciado. Hoje, somos iguais aos europeus, não muda nada, depende se você está em um dia bom, se acerta um saque, mas não tem aquele esquema tático de jogo para surpreender o adversário”.