Carol Gattaz abriu o coração e contou parte dos bastidores da volta as quadras de vôlei após lesão no joelho direito. A central, agora pertencente ao Praia Clube, revelou incômodo com Nicola Negro, treinador no Minas.
Em março de 2023, durante partida contra o Flamengo, pela Superliga Feminina de Vôlei, Gattaz rompeu o ligamento cruzado anterior do joelho direito. Para tratar a lesão, precisou se retirar das quadras por nove meses. No período, o técnico Nicola Negro selecionou a central Júlia Kudiess, de 21 anos, para substitui-la.
Em entrevista a Nsports nessa quinta-feira (18/7), Gattaz declarou que, quando estava apta a jogar, se incomodou com a gestão do treinador italiano: “Tive problema com o meu técnico, o Nicola, mas não pessoal. Muito pelo contrário. Ele é um cara muito bacana, mas a maneira com que ele conduziu o processo da minha volta não me agradou”.
Na sequência, a central contou que conversou com o treinador porque não gosta de guardar mágoas. Mas tratou o momento como o mais difícil da vida.
Foi o momento mais difícil da minha vida. A Júlia estava jogando no meu lugar e estava jogando muito bem. Ele não estava errado na escolha que ele fez, né? Claro que a maneira que ele conduziu isso, desde o ano anterior, eu não gostei, mas ele não estava errado de ter colocado ela porque os resultados mostram, a gente foi campeã (da Superliga, da Supercopa e do Sul-Americano), ela jogando e jogando super bem, então, indiscutível
Carol Gattaz, central do Minas
Na visão da atleta, Nicola não deu oportunidade: “São pequenas coisas que eu sei que passei, mas, realmente, não tive chance nenhuma. Nem quando eu poderia ter tido uma chance, porque toda temporada a gente tem alguma brecha, eu não tive”.
O período em que tudo aconteceu deu mais peso à situação. Isso porque Gattaz tinha esperanças de jogar a Olimpíada de Paris. Sem a vitrine do clube, não conseguiu vaga entre as 12 selecionadas por José Roberto Guimarães, técnico da Seleção Brasileira.
Carreira de Gattaz
Com pouco espaço no Minas, Gattaz assinou contrato com o Praia Clube para jogar a temporada 2024/25. Ela se despediu do time de Belo Horizonte após 10 anos.
No período, a camisa 2 colecionou conquistas. Foram três taças da Superliga Feminina (2018/19, 2020/21 e 2021/22), três da Copa Brasil (2019, 2021 e 2023), cinco do Sul-Americano de Clubes (2018, 2019, 2020, 2022 e 2024), uma da Supercopa (2023) e quatro do Campeonato Mineiro (2017, 2018, 2020 e 2022). Sem contar, é claro, a relação de proximidade com os minas-tenistas e a identificação com o próprio clube.
Também foi enquanto defendia o Minas que a central atingiu o ápice da carreira pela Seleção Brasileira. Na Olimpíada de Tóquio, em 2021, ela venceu a medalha de prata. Aos 40 anos, portanto, se tornou a mulher mais velha a conquistar uma medalha para o Brasil e deixou o nome na história do esporte nacional.