
Um dos maiores nomes do vôlei brasileiro e mundial, Giba entrou em polêmica em 2003 após cair no exame antidoping pelo uso de maconha. Aos 48 anos, em entrevista ao ge, abriu o jogo sobre a situação.
Logo após conquistar o primeiro campeonato mundial de vôlei da Seleção Brasileira, em 2002, o então ponteiro Giba foi pego no exame antidoping. Na época, especulou-se que ele poderia ser suspenso por até dois anos do esporte, mas o atleta ficou três meses sem entrar em quadra.
Todas as porradas que levei, os tombos, me fizeram levantar mais forte. Essa não foi diferente. A primeira coisa que fiz, que eu falo agora de novo… Atleta, viu que fez, sabe que fez, levanta a mão. Não adianta discutir e pedir contraprova. Saiba, entenda. Eu sabia que tinha feito, ia pedir contraprova, ficar brigando? Não adianta nada. Levanta a mão: errei e não vou errar mais.
Giba, sobre punição no doping por maconha
Giba punido no doping por maconha
Giba ainda destacou o apoio de Bernardinho, técnico da Seleção Brasileira Masculina de Vôlei, e outras pessoas na recuperação psicológica após a flagra no exame. Na época da punição, o ex-atleta tinha 27 anos.
“(Depois) passei a fazer todos os exames antidoping pelos próximos dois ou três anos. Ali me mostrou as pessoas que estavam perto de mim, que me ajudaram. O Bernardo foi uma delas, foi um escudo, um leão que ficou ao meu lado. Tenho muito a agradecer a ele e a todos os jogadores da seleção, do meu clube na Itália. Estava jogando com o Gustavo, um cara que foi lá em casa, ficou comigo. Peguei três meses (de suspensão), não tinha má conduta. Devo ter levado dois cartões amarelos na carreira toda. O vermelho, nunca tomei. Levaram em conta tudo isso”, disse.
O ex-jogador criticou a forma como a imprensa relatou a situação. Ele foi suspenso e ficou sem atuar enquanto a Justiça analisava o caso. Quando veio a punição de três meses, restavam apenas 18 dias para serem cumpridos fora de quadra. Giba lembrou que veículos da imprensa trataram a pena como branda.
“Fui suspenso em 29 de dezembro. Eles anunciaram dia 6 de janeiro. O julgamento acabou em abril, mas quando saiu a sentença, faltavam 18 dias. O que a imprensa brasileira colocou? Dezoito dias de suspensão por uso de maconha e tudo se resolve fácil na Itália. Fiquei três meses sem jogar, no meio dos playoffs. Eu sempre pedi e peço para entenderem melhor os fatos, o que realmente aconteceu. Naquele ano perdi meu contrato por conta do doping. Voltei pra seleção e fui campeão mundial de novo. Vida pra frente”, completou.
Após a punição, Giba voltou a conquistar o Campeonato Mundial duas vezes (2006 e 2010) pela Seleção. O ex-ponteiro ainda conquistou um ouro e duas pratas olímpicas, entre diversas outras conquistas.