A trajetória do Praia Clube no Sul-Americano Feminino de Vôlei de 2025 foi bem surpreendente. Protagonista da maior “zebra” da competição, ao perder para o Alianza Lima, do Peru, na fase de grupos, a equipe de Uberlândia se recuperou, venceu o Minas, dentro do ginásio do rival, e vingou o algoz na grande final.
A coroação da recuperação do Praia Clube ocorreu na noite de terça-feira (11/3). Na Arena UniBH, em Belo Horizonte, o representante do Triângulo Mineiro venceu o Alianza Lima por 3 sets a 0.
Entre essa vitória na final do Sul-Americano, que garantiu o tricampeonato para o clube, e a “zebra”, foram 48 horas. Dois dias antes, o Praia perdeu para as peruanas por 3 sets a 1 e ficou na segunda posição do Grupo B, indo à semifinal para enfrentar precocemente o rival Minas.
E foi justamente no clássico mineiro que o Praia teve uma “mudança de chave”. Em entrevistas exclusivas ao No Ataque, a central Carol Gattaz e as líberos Natinha e Suelen – que foi acionada em outra posição para melhorar a recepção praiana em vários momentos da competição – explicaram a “transformação” do time para conquistar o Sul-Americano Feminino de Vôlei.
Carol Gattaz, central do Praia Clube
“[Notei a mudança de chave] a partir do momento que eu senti que o time começou a jogar leve contra o Minas, mesmo depois de ter perdido os dois primeiros sets, e um set de 25 a 11. Ali eu percebi que a gente não desistiu em nenhum momento. Marcão [técnico Marcos Miranda] fez as substituições super certas, na hora certa, e a gente conseguiu virar o jogo. E não é que a gente virou. A gente começou a jogar, a ficar feliz dentro de quadra, a querer ajudar, a pensar no nosso time. E isso deu muito certo”
“Então acho que essa virada de chave, com certeza, para o campeonato, foram essas mudanças que surgiram no jogo contra o Minas. Conseguimos ganhar o jogo depois de um certo momento lúcido que tivemos, e depois, com certeza, viemos para essa final com o sangue nos olhos, querendo ganhar e querendo levar esse título para casa de qualquer jeito, porque sabíamos que o time do Peru já tinha ganhado da gente no primeiro jogo. Então, viemos concentradas para levar esse título para casa”
Natinha, líbero do Praia Clube
“Muito feliz por esse título, me faz amar ainda mais este esporte. Tivemos outra oportunidade em outro dia, mas nem temos tempo para pensar na derrota em um campeonato de tiro curto como esse, precisávamos dar a volta por cima para conseguir este título hoje. Muito feliz com a volta por cima do time, com esse alto astral de buscar independente da derrota, a gente sofreu muito, foi muito doloroso, mas a virada de chave foi muito importante”
“Ficamos muito mal, mas com a cabeça boa e pensando que podíamos enfrentar o Alianza numa final. Ai estudamos bonitinho, hoje o time jogou muito bem taticamente, estamos muito felizes”
Suelen, líbero do Praia Clube
“Já sabíamos que seria muito difícil, infelizmente não conseguimos a classificação em primeiro lugar, mas para sermos campeões, sabíamos que teríamos que passar pelo Minas. Ontem foi uma final antecipada, não tirando o mérito do Alianza. Tivemos resiliência depois da derrota, porque tem que virar a chave logo, no outro dia já tem jogo.
“Fizemos um belo jogo contra o Minas, qualquer um dos dois poderia ter ganho, e hoje ficamos a manhã inteira e a tarde estudando elas (Alianza), porque já sabíamos que seria um jogo difícil, mas seria a nossa chance. Foi uma semana de muita pressão, mas conseguimos sair vitoriosas”