
Ícone da Seleção Brasileira Masculina de Vôlei, o levantador Bruninho exaltou a ponteira Gabi Guimarães, atual capitã da Seleção Feminina, pela trajetória que ela tem construído na Europa.
Gabi é a líder técnica do Conegliano, da Itália, onde conquistou todos os títulos possíveis na temporada 2024/2025: Mundial, Champions League, Campeonato Italiano, Copa da Itália e Supercopa. Foi a primeira temporada dela jogando no país – antes, ela teve cinco temporadas multicampeãs pelo Vakifbank, da Turquia. As ligas dos dois países europeus são consideradas as melhores do mundo no vôlei feminino.
“Hoje eu vejo a Gabi, no Conegliano, o que a Gabi tem conquistado. Você vê essas conquistas dos brasileiros fora, tirando o futebol, nos outros esportes. É muito especial. Veja a história que ela está construindo lá, na Turquia e agora na Itália, ganhando tudo. É muito legal, você consegue ir além e ter realmente esse respeito de pessoas lá fora também.”
Bruninho, campeão olímpico nos Jogos do Rio 2016
Bruninho, hoje jogador do Campinas, fez paralelo com a história que construiu jogando no Velho Continente. Ele passou oito anos na Itália e foi multicampeão pelo Modena – time do qual é um dos maiores ídolos da história – e explicou a importância da trajetória no país para ser respeitado como o “Bruno levantador” e não como o “Bruno filho do Bernardinho”
“A primeira coisa da itália que foi muito importante para a minha carreira foi que lá, quando fui contratado a primeira vez pelo Modena, era o Bruno, levantador. Meu pai tinha sido técnico na Itália lá atrás, inclusive de Modena por um ano, mas não existia isso. E os caras te cobram, realmente acompanham, a cidade de Modena é muito tradicional no vôlei, no futebol é mais fraco.
“Para mim foi fundamental eu conseguir, sabe, ‘aqui eu sou eu mesmo’, não sou só filho do Bernardinho. Eu sentia isso no Florianópolis (onde conquistou quatro Superligas), porque lá era meu lugar, a gente conquistou tudo lá. A Itália foi importante por isso. A história que tivemos lá foi muito além daquilo que eu imaginava, o carinho que recebi, o afeto, jogando fora do Brasil pela primeira vez”
Bruninho
‘Muito além daquilo que eu sonhava’
“Foram três passagens que tive lá, oito temporadas totais, conquistamos triplete, Europa League, e esse respeito você pensa ‘tudo realmente valeu a pena’. Ter esse respeito por um estrangeiro …foi muito além daqulo que eu sonhava. Esse respeito para mim foi algo que me marcou muito porque eu consegui conquistar e mostrar o que o Bruno é, não só dentro de quadra, mas fora, na comunidade, e isso é o principal. Ser respeitado pelos valores, pela luta, mesmo em anos difíceis, como foi meu último ano lá”, disse o levantador, em entrevista ao Flow Esporte Clube.
Bruninho, então, relembrou o afeto que recebeu na despedida do Modena e também na chegada à Itália para uma das passagens que teve lá. Ao ser recebido por um aeroporto lotado de torcedores, ele brincou que não sabia que isso acontecia no vôlei.
Meu último ano lá (2023/2024), foi muito ruim, acabei carregando pro ano passado na Seleção, tive lesão… mas aí a despedida final, cara, foram cinco mil pessoas, o reconhecimento… Ou chegando, em uma das minhas passagens o aeroporto de Bolonha lotado, 400 torcedores, pensei ‘no vôlei isso acontece também?’ Você acha que é só no futebol. Foi muito gratificante”, finalizou o multicampeão.