Eles estão novamente em Belo Horizonte para jogar pelo clube pelo qual foram campeões brasileiros de vôlei masculino. Aliás, juntos, somaram dois tricampeonatos brasileiros. O primeiro na Liga Nacional, em 1984/85/86, e o segundo, na Superliga Nacional, nas temporadas 1999/2000, 2000/2001/2001/2002. O Jogo dos Tricampeões, em comemoração aos 90 anos do Minas Tênis Clube, será disputado nesta quarta-feira (23/7), a partir das 19h, na Arena UniBH, na Rua da Bahia, em BH.
Emoção é a palavra que define o primeiro encontro, ainda no aeroporto de Confins. O levantador campeão olímpico Maurício foi o primeiro a desembarcar, ao lado da esposa, Roberta. “Estou emocionado. É bacana demais, um reconhecimento digno de quem participou das conquistas do clube. O Minas está fazendo uma coisa extraordinária. E é uma oportunidade de reencontrar os amigos”, comentou.
Roberta também está empolgada: “Adoro Belo Horizonte e o Minas. Acho esse evento super importante. Nunca imaginei uma homenagem assim, acontecer. E olha que eu o Maurício, quando ele jogava aqui, pensávamos em viver em BH, mas acabamos indo para a Europa e voltamos, depois, para São Paulo. Mas o Minas está no coração”.
Carlão chegou no voo seguinte, com a filha Renata. “Estou surpreso. A história do Minas é maravilhosa e olha que a minha começou praticamente aqui, pois foi quando tive a minha primeira convocação. Jogava no Copagás, do Mato Grosso, e viemos a BH fazer um amistoso. O Sohn mandou me contratar. Eu tinha propostas da Pirelli e do Banespa, mas preferi ficar aqui.”
Ídolos históricos
Da turma que vestiu a camisa do Fiat Minas, Xisto foi quem chegou mais cedo a Belo Horizonte, às 7h, e já telefonou para o amigo Pelé, que não perdeu tempo e mandou o ex-oposto seguir para o Clube Recreativo, onde mantém uma escolinha de vôlei. E, lá, Xisto foi surpreendido; “Ele me entregou um uniforme, calção e camiseta, perguntou se estava com meu tênis e me levou pra treinar. Disse que a gente terá de estar em forma amanhã ”.
Robson foi outro ex-jogador da equipe de 1980 que falou de Pelé: “Ele me ligou e mandou que eu treinasse, pois teria de estar em forma. Disse que vamos estar no mesmo time e que não poderemos perder, por isso estava ligando e mandando treinar”.
Zé Eduardo, também integrante do time do primeiro tricampeonato, esperava todos no hotel onde a turma ficará hospedada. “Estou honrado por ser lembrado. E o que mais me fascina foi que o Cebola nos passou que vamos nos encontrar no vestiário. Depois de 40 anos, vamos estar no mesmo vestiário, para ir parao jogo.”
O levantador Rafael (ex-Telemig Celular Minas) também desembarcou em Confins nesta terça. Rafael é mineiro, mas tem uma academia de vôlei, a Volleyball House, em parceria com o também ex-jogador de vôlei Escadinha, na cidade gaúcha de Novo Hamburgo.
“Isso aqui vai ser muito legal. Uma coisa que só o Minas fez no Brasil inteiro. É muito importante, tanto para nós, atletas, como para o clube e para o vôlei”, disse Rafael.
Um dos ídolos do Telemig Celular Minas, Giba espera que outros clubes sigam o caminho e reúnam ex-atletas que fizeram história nas quadras: “Isso é demais. O nosso esporte precisa de mais iniciativas como essa. É reviver a história, não deixá-la passar em branco. É manter os ídolos vivos. A Polônia foi campeã olímpica em Montreal’1976. Até hoje existe um torneio com o nome do técnico. Homenageiam todos os campeões. O Minas está dando um exemplo”.