DIA DOS PAIS

‘Tal pai, tal filho’? Bruninho descarta seguir passos de Bernardinho no vôlei

Campeão olímpico nos Jogos do Rio 2016 sob comando do pai Bernardinho, Bruninho está próximo da aposentadoria, mas não deve ser técnico de vôlei

Uma das ligações mais fortes entre pai e filho no esporte brasileiro passa por Bruninho e Bernardinho. O levantador disputou cinco Jogos Olímpicos pela Seleção Brasileira com o genitor como treinador e conquistou três medalhas – ouro na Rio 2016 e prata em Pequim 2008 e Londres 2012. Aos 39 anos, o jogador até pensa em um pós-carreira no vôlei, mas descarta a ideia de seguir os passos paternos como técnico.

Atualmente no Campinas, Bruninho já projeta a trajetória após a aposentadoria, mesmo que ainda tenha o desejo de seguir em quadra enquanto a parte física permitir. Só que na entrevista exclusiva ao No Ataque, que foi realizada dias antes do Dia dos Pais, comemorado neste domingo (10/8), o atleta deixou claro que quer seguir no vôlei, mas não como técnico, assim como Bernardinho. 

“Hoje, eu não vejo isso. Sei que é uma vida que vai ser basicamente aquilo que é a minha vida de atleta hoje, com outras preocupações, talvez até mais. Não sei se eu teria essa mesma gana que eu tenho como atleta e eu não entro em nada que eu não vá ser totalmente 100% intenso, 100% dentro com todas as minhas forças. Gostaria de estar no esporte, talvez como gestor ou alguma coisa do tipo”

Bruninho, ícone do vôlei

O campeão olímpico detalhou ainda mais esse desejo de seguir no vôlei. Perguntado sobre a possibilidade de ser influenciador, assim como Ricardinho – ex-companheiro de Seleção que produz vídeos sobre a posição de levantador -, Bruninho destacou que não tem essa pretensão. O desejo do então jogador é promover camps para jovens atletas, acampamentos de treinamento intensivo de vôlei que são realizados nos Estados Unidos. 

“É muito legal o que o Ricardo tem feito. É importante ele passar aquilo que ele sempre teve, com as habilidades que ele tem, com tudo aquilo que ele fez e da referência que ele é nessa posição, é muito bacana. Eu não sei se em relação à internet, mas eu tenho alguns planos no vôlei. Fui aos Estados Unidos para entender os camps, essas clínicas, talvez sejam coisas que eu pretendo fazer”, iniciou Bruninho. 

“Eu não sei se é uma mentoria, mas seria uma forma de estar divulgando e fomentando cada vez mais o vôlei, tendo qualidade em certas academias de vôlei. Seria mais para jovens, talvez em finais de semana ou em semanas de férias, para ter alguns momentos que a gente possa fazer eventos que deem essa possibilidade de jovens estarem como acontece muito nos Estados Unidos. A ideia é recriar um pouco isso talvez aqui no Brasil”, concluiu Bruninho.

O sonho de Bruninho: ser pai

Também na entrevista exclusiva ao No Ataque, Bruninho falou sobre um sonho que ainda não foi realizado: ser pai. Filho de Bernardinho e Vera Mossa, o atleta, que é solteiro, revelou o desejo e ainda “prometeu” que não exercerá uma pressão para que o herdeiro seja jogador de vôlei. No entanto, ele frisou que essa influência acaba sendo natural.  

“Meu sonho é ter um filho ou uma filha, mas eu não obrigaria a nada. Só que seria uma coisa muito natural assim como foi comigo. É lógico que o natural meu, pelo menos, era um pouco diferente porque se meus pais precisassem levar o filho para o trabalho era para a quadra. Então naturalmente eu vivia ali dentro. Meu playground era aqui. O meu escritório né… naturalmente seria dessa maneira. Eu não obrigaria nada. Seria algo legal, mas ao mesmo tempo viria com todas as responsabilidades que eu também tive ao longo da minha vida”

Bruninho, levantador do Campinas

Os comentários de Bruninho sobre a família são comuns até porque ele é filho de ícones do vôlei. Além do bicampeonato olímpico como treinador, Bernardinho também foi prata como jogador em Los Angeles 1984, enquanto Vera Mossa disputou três Jogos Olímpicos entre 1980 e 1988, sendo uma das precursoras do vôlei feminino brasileiro. Ao No Ataque, o jogador apontou os pontos positivos e negativos de ter pais que brilharam no mesmo esporte. 

“Como em todas as situações, existe o bônus e o ônus. Não tenho dúvida que [foi bom] ter tido a possibilidade de entender desde novo o que é ser um atleta, o caminho… ter alguém como meu pai, como minha mãe [aconselhando]. E por conhecer muita gente em relação ao vôlei, pessoas que são legais, acho que foi positivo”, disse Bruninho, que continuou. 

“É lógico que essa visão externa em relação a ele ter sido técnico da Seleção e eu ter sido atleta dele por muitos anos e da maneira como eu entro, acaba gerando polêmicas e coisas externas e talvez tenham dificultado. Mas faz parte também. Você tem que lidar com esses obstáculos”, concluiu o jogador. 

Nos próximos dias, fique atento ao No Ataque para conferir mais matérias da entrevista exclusiva com o Bruninho!

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