Uma lenda do vôlei feminino deixou a Seleção Brasileira após a medalha de bronze em Paris 2024. O ano de 2025 é o primeiro em que Thaisa não está atuando pelo Brasil por decisão própria. A bicampeã olímpica – Pequim 2008 e Londres 2012 – decidiu se aposentar, e o técnico Zé Roberto Guimarães revelou como foi a conversa com a central de 38 anos que atua no Minas.
Em entrevista exclusiva ao No Ataque em 29 de maio de 2025, o treinador da equipe verde-amarela – está no comando desde 2003 – não poupou elogios à atleta que conquistou o primeiro ouro aos 21 anos. Dezesseis anos depois, com a terceira conquista, Thaisa se tornou a brasileira com mais medalhas olímpicas da história do vôlei feminino.
“A Thaisa é uma excepcional central. O que ela impõe ali [na rede]… tanto que é uma jogadora que você não pode deixar sem marcar. A levantadora recebe o passe na linha dos 3 metros, você não pode abandonar a Thaisa. porque se a levantadora cismar jogar ali, ela pode causar estrago por causa da eficiência que ela tem. Ela vai ser sempre uma jogadora marcada com bloqueio simples, com duplo. Não vão largar Thaisa”
Zé Roberto Guimarães sobre Thaisa
Na sequência, a reportagem perguntou a Zé Roberto Guimarães se houve uma tentativa de convencer a jogadora a não se aposentar. O técnico deixou claro que não e destacou a compreensão sobre a escolha da jogadora de 38 anos, que pôde ter todo o período de férias em vez de jogar pela Seleção antes de se reapresentar ao Minas Tênis Clube.
“Não, agora não [tentei convencê-la a não se aposentar]. A gente tinha conversado antes, e ela já tava estava sentindo que ia cuidar do físico dela para encerrar a carreira da melhor maneira possível, para ser mais longeva possível dentro do clube. Daí, a Seleção é difícil para ela jogar seleção porque a temporada fica muito longa”
Zé Roberto Guimarães, técnico do Brasil
Embora Thaisa seja uma lenda e siga em alto nível, é possível dizer que ela foi bem substituída na Seleção Brasileira Feminina de Vôlei – assim como Carolana, que também se aposentou. Na primeira competição sem a bicampeã olímpica, que foi a Liga das Nações de Vôlei (VNL), Júlia Kudiess, que também joga no Minas, assumiu o posto de principal central e foi recordista de bloqueios (63) no torneio, além de ser escolhida como a melhor da posição.
Thaisa pelo Minas
Após o bicampeonato olímpico e passagem por diversos clubes, Thaisa chegou ao Minas em 2019/2020 e, na segunda-feira (4/8), se reapresentou, dando início à sétima temporada pelo clube de Belo Horizonte.
Após seis anos sob comando de Nicola Negro, ela será comandada por Lorenzo Pintus, novo técnico minas-tenista. Além disso, a central terá novas concorrentes na posição: além de Kudiess e Giovana Guimarães, o Minas contará com Júlia Kohler como opção no meio de rede.
Mas o currículo de Thaisa no Minas “garante” qualquer titularidade. A atleta soma 13 títulos pelo clube da Rua da Bahia: três Superligas (2020/2021, 2021/2022 e 2023/2024), três Sul-Americanos de Clubes (2020, 2022 e 2023), três Campeonatos Mineiros (2020, 2022 e 2024), duas Copas Brasil (2021 e 2022) e duas Supercopas (2023 e 2024).
