A cobrança sobre a Seleção Brasileira Masculina de Vôlei existe justamente pelo currículo da equipe tricampeã olímpica e mundial. Só que o processo até chegar ao lugar mais alto do pódio enfrenta momentos instáveis como os últimos anos. E isso foi citado por Bruninho. Em entrevista exclusiva ao No Ataque, o campeão dos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro 2016 lembrou a “seca” do Brasil com lendas para explicar o atual momento.
Aposentado da equipe nacional desde a frustrante campanha em Paris 2024 – eliminação nas quartas de final -, Bruninho acompanha a Seleção como espectador e deixou claro que a reformulação está sendo bem feita. Na análise, o levantador de 39 anos do Campinas destacou um momento encarado pela Seleção Brasileira entre duas gerações douradas.
Em Barcelona 1992, a Seleção Brasileira Masculina de Vôlei foi campeã olímpica pela primeira vez. Porém, depois do primeiro lugar, a equipe ficou em quinto em Atlanta 1996 e sexto em Sydney 2000 até conquistar o ouro em Atenas 2004. Já em mundiais, o quinto lugar em 1994 e o quarto em 1998 pavimentaram a caminhada até o histórico tricampeonato entre 2002 e 2010.
“As pessoas falam muito dos resultados desses últimos anos, que teve 2022 o bronze no Mundial. Depois 2023 e 2024 foram abaixo, com certeza. Mas as pessoas não lembram que entre 1993 e 2000, os resultados da Seleção também não foram bons. Isso ocorre porque é normal, em uma fase de reformulação, você sofrer. E essa reformulação está acontecendo ao longo desses anos. Então essa oscilação maior é natural”
Bruninho, ícone do vôlei
A semelhança com o atual momento passa justamente pelos desempenhos piores nos últimos anos, principalmente após o ouro conquistado por Bruninho e companhia na Rio 2016. Em torneios olímpicos, a Seleção terminou em quarto em Tóquio 2020 – disputado em 2021 devido à pandemia do coronavírus – e oitavo em Paris 2024. Já em mundiais, o resultado segue bom, embora sem o ouro: vice em 2018 e terceiro em 2022, mantendo a série de seis pódios seguidos na competição desde 2002.
“Então, talvez as pessoas não se lembrem muito disso, mas é também porque, durante muitos anos, de 2001 até 2020, o Brasil sempre chegou. Sempre com resultados, sempre chegando, mas a gente lembra que, nessas reformulações, é natural que aconteça essa pequena queda/. Eu acho que alguns jogadores que hoje estão se tornando jogadores importantes, eles tiveram ao longo desses últimos anos”, ressaltou Bruninho.
Atual estágio da Seleção Brasileira, segundo Bruninho
Ainda na reflexão sobre a reformulação da Seleção Brasileira Masculina de Vôlei, Bruninho comentou o atual estágio da equipe e ainda citou alguns nomes. Atletas como Honorato, Alan e Darlan, que estiveram no ciclo de Paris 2024 e se consolidaram como peças cruciais da renovada equipe, foram mencionados pelo filho de Bernardinho, que é o técnico do Brasil.
“Você vê um crescimento do Honorato, que já tinha sido importante em outros momentos, mas você vê essa experiência dele hoje culminando em um jogador importante. Você percebe a volta do Alan, um cara que ano passado e ano retrasado teve muitos problemas físicos e poderia ter sido fundamental como tem sido agora. As coisas acabaram tendo que ser muito baseadas no Darlan nos últimos dois anos, ainda sem a experiência normal. E você percebe um crescimento do Darlan nisso também”
Bruninho, ex-levantador da Seleção
“O processo que sangramos nesses últimos dois anos, agora alguns jogadores já cresceram também em relação à experiência e à quadra mesmo. Hoje, estão mais prontos. Isso é uma reformulação bem feita e o trabalho está sendo colocado agora com essa ralação e dedicação, que eu sei que está acontecendo, todos estão vendo os resultados e estão acreditando nisso. Esse é o caminho e está sendo bem feito, sim”, concluiu Bruninho.
