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‘Haters’ do vôlei pediram desculpa a Nyeme: ‘Respondi na quadra’

Antes dos Jogos Olímpicos de Paris, a jogadora foi alvo de muitos comentários, mas a resposta veio em quadra e com medalha no peito

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Na internet, as pessoas costumam não pesar as palavras e acabam fazendo xingamentos ou afirmações pesadas. No esporte, isso se intensifica. Com Nyeme, líbero do Minas e da Seleção Brasileira, não foi diferente. Antes dos Jogos Olímpicos de Paris, em 2024, a jogadora foi alvo de muitos comentários, mas a resposta veio em quadra e com medalha no peito, já que o Brasil conquistou o bronze na ocasião.

Pela primeira vez disputando uma Olimpíada, a ansiedade era grande. Mas esse sempre foi o objetivo de Nyeme, que foi titular durante toda a competição e mostrou uma evolução evidente. Ela foi uma das melhores defensoras do torneio.

“Eu pedia, eu orava assim: ‘Deus, deixa isso demorar para eu poder aproveitar cada instante aqui, porque eu sei que é muito difícil o ciclo, não sei se eu vou estar aqui no próximo ciclo, então eu quero aproveitar 100% aqui para eu não me arrepender de nada depois’. E eu vivi intensamente mesmo, focada naquilo que eu queria. Eu eu estava desacreditada porque era minha primeira Olimpíada, mas eu nunca tive dúvida, porque treinei para isso”, comentou.

O bom desempenho foi uma surpresa para ela mesma. Nyeme deu o mérito da atuação aos treinos diários com a Seleção. Antes de Paris, a líbero já havia conquistado o Campeonato Sul-Americano de seleções (2021 e 2023), além de ter sido prata duas vezes na Liga das Nações (2021 e 2022) e no Mundial de 2022.

“Eu fui muito bem, muito além até do que eu esperava, eu falei: ‘Gente, nossa, eu tô jogando tão bem todos os jogos, que bom’. Mas eu treinei muito para isso, treinei, eu ralei, só o Zé e as meninas sabem o tanto que eu não queria errar nenhuma bola, nenhuma defesa, nenhum passe, nenhum levantamento, então eu treinava…era algo assim, eu queria ser perfeita em tudo que eu fazia”, falou.

Resposta em quadra

A pressão existia antes mesmo da estreia nos Jogos Olímpicos. A cobrança dos haters também era exagerada, além de colocar a líbero como dúvida em relação a regularidade de atuações. Nyeme relembrou as mensagens que e postagens que chegou a ler. Na época, Zé Roberto contava também com Natinha como outra opção para a posição.

“Isso rendeu frutos bons lá na Olimpíada e, graças a Deus, consegui ir muito melhor do que a maioria das pessoas imaginava e até eu mesmo, eu me surpreendi muito, não duvidando do que eu poderia, mas falei assim: ‘Gente, que bom que eu consegui’. Tantas vezes as pessoas falavam que eu não ia conseguir, eu lia, o povo me mandava: ‘Olha, essa pessoa, esse site, esse Instagram, postou isso, postou aquilo’”, disse Nyeme.

Contudo, ela evitou entrar num embate com os haters. A resposta viria de outra forma. No fim, a Seleção ficou com o bronze ao derrotar a Turquia por 3 sets a 1. A líbero contou que passou a receber o carinho das pessoas que antes a criticavam.

“E eu nunca retruquei ninguém, eu falava: ‘A única coisa que posso fazer é mostrar na bola’. Então, depois da Olimpíada toda, várias páginas de vôlei vieram me pedir desculpa, vieram falar: ‘Desculpa por ter falado aquilo de você naquele dia’. E que bom que eu não precisei ficar batendo boca na internet, porque se era sobre o vôlei, então eu tinha que responder na quadra, e consegui. As pessoas que não gostavam de mim antes falam: ‘Não sei como que eu não gostava dela’. Isso é muito bom, porque eu consegui me conectar com todas essas pessoas, estou muito feliz por isso”

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