VÔLEI

Vôlei: medalhista olímpica avalia pedido de dispensa da Seleção a Zé Roberto Guimarães

Em entrevista exclusiva ao No Ataque, medalhista pelo Brasil em Paris 2024 contou como se sente após pedir para não jogar da VNL e do Mundial de Vôlei

Em maio de 2025, Natinha revelou ao No Ataque um fato surpreendente: a líbero medalhista olímpica de bronze em Paris 2024′ havia pedido a Zé Roberto Guimarães dispensa da Seleção Brasileira Feminina de Vôlei para a temporada deste ano – disputada entre maio e agosto – para preservar sua saúde mental.

A decisão da jogadora do Praia Clube pegou muitos fãs de vôlei de surpresa porque, ao que tudo indicava, ela teria a oportunidade de ser titular absoluta na Liga das Nações (VNL) e no Campeonato Mundial, torneios dos quais o Brasil nunca foi campeão no naipe feminino.

Nyeme, destaque nos Jogos da França, estava com a carreira paralisada desde outubro para se dedicar à gravidez – ela deu à luz Antonella no início de maio. No fim de setembro, foi anunciada pelo Minas, onde se prepara para voltar às quadras. Impossibilitada de jogar pela Seleção, a maranhense era ausência certa e “abriria espaço” para que Natinha assumisse a posição neste ano.

Em entrevista exclusiva ao No Ataque durante o Campeonato Mineiro Feminino de Vôlei, disputado na Arena UniBH entre os dias 2 e 4 de outubro e vencido pelo Minas com vitória por 3 sets a 0 sobre o Praia na final, Natinha avaliou a decisão que tomou. Sem ela e Nyeme, o Brasil viu outra líbero ascender. Marcelle, do Fluminense, superou a concorrência de Laís e brilhou no final da VNL e em todo o Mundial.

“Foi ótimo. Eu vivi uma temporada muito puxada em todos os sentidos, na minha vida pessoal também. Foi muito bom ter parado para dar um respiro mesmo na minha mente e agora voltar com tudo para dar o meu máximo nesta temporada. Estou muito feliz por ter tomado essa decisão que fez bem para mim.”

Natinha, ao No Ataque

Relembre o que Natinha e Zé Roberto já haviam dito sobre dispensa da Seleção

Ao No Ataque no início de maio, a líbero do Praia Clube disse: “Foi uma opção minha não estar na Seleção agora. Essa temporada exigiu muito de mim dentro e fora das quadras, fisicamente e mentalmente”.

“Sou grata por tudo o que vivi na Seleção, mas, nesse momento, decidi por cuidar de mim, da minha mente e do meu corpo. É o momento de respirar, refletir, para voltar na próxima temporada pronta, renovada e no mais alto nível do voleibol!”, explicou Natinha.

No final daquele mês, Zé Roberto Guimarães também falou sobre a decisão em entrevista ao No Ataque. Ele apontou que Natinha “não estava bem e precisava se cuidar”, mas revelou preocupação com a ausência de uma líbero consolidada ao longo de toda a temporada.

“O problema é o nível dessas jogadoras [líberos]. Quais são as jogadoras que estão mais prontas neste momento para serem convocadas e atenderem a uma convocação? Porque a gente já perdeu a Nyeme, que engravidou. Então, como vai ser? Agora, estamos com Laís, Marcelle e Kika, e a gente torce para que todas joguem bem, que elas tenham um bom aproveitamento”.

Ao fim da temporada, Laís e Kika oscilaram nas chances que tiveram, mas Marcelle se consolidou e chegou a ser amplamente comparada nas redes sociais a Fabi, maior líbero da história do Brasil e do Mundo e bicampeã olímpica pela Seleção.

Natinha pelo Praia Clube

Natinha chegou ao Praia Clube para a temporada 2023/2024, quando foi contratada junto ao Osasco. Desde então, conquistou os títulos da Copa Brasil (2023/2024), da Copa Brasil (2023/2024), do Mineiro (2023/2024) e do Sul-Americano (2024/2025).

Paulista de Guarulhos, a líbero foi a terceira jogadora na posição com passe mais eficiente na última Superliga (64,03%), abaixo apenas de Laís, do Flamengo; e Camila Brait, do Osasco. Fora das quadras, no entanto Natinha viveu períodos conturbados de idas e vindas – expostas publicamente – com o namorado, o fisioterapeuta João Pedro “Tarzan”.

Por isso – conforme ela mesmo confirmou ao No Ataque –, a medalhista de bronze na Olimpíada de Paris 2024 pediu ao técnico Zé Roberto Guimarães para ficar fora da lista de inscritas pela Seleção Brasileira Feminina de Vôlei para a Liga das Nações (VNL) e para o Mundial.

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