Uma das maiores líberos da história, Monica De Gennaro, de 38 anos, anunciou oficialmente sua aposentadoria da Seleção Italiana de Vôlei. O anúncio ocorre após a Azzurra ter conquistado a última Olimpíada e o último Mundial.
A jogadora publicou emocionante texto de despedida nas redes sociais, agradecendo às companheiras de equipe, aos treinadores e à sua família.
“Chegou o momento de dizer adeus à camisa azzurra. Uma camisa que amei profundamente, que respeitei em cada gesto, que honrei entregando alma, corpo e coração em cada partida, por quase vinte anos da minha vida”, escreveu a líbero.
De Gennaro revelou que sentirá saudades de vestir o uniforme da Itália, mas que é o momento certo para se afastar e dar espaço aos novos talentos.
“Admito, vou sentir falta de tudo. Sentirei falta de viajar, treinar, entrar em campo com o orgulho de representar a Itália. Sentirei falta das risadas no vestiário, do esforço nos treinos, até mesmo das decepções, porque também elas nos tornaram mais fortes. Mas, acima de tudo, sentirei falta das emoções. Aquelas verdadeiras, potentes. As vitórias partilhadas com companheiras excecionais…”
Monica De Gennaro
Apesar da aposentadoria da Seleção, De Gennaro segue firme no Imoco Volley Conegliano, onde é capitã e estrela.
Reação de Gabi
Colega de time no Conegliano, a ponteira brasileira Gabi não demorou a enaltecer a trajetória da líbero: “Lenda!”, resumiu a brasileira em suas redes sociais.
Os títulos pela Seleção Italiana
A líbero se despede da Azzurra com uma galeria de medalhas que a coloca entre as maiores da história do vôlei.
- Jogos Olímpicos: Ouro (Paris 2024)
- Campeonato Mundial: Ouro (Tailândia 2025) e Prata (Japão 2018)
- Copa do Mundo: Ouro (Japão 2011)
- Liga das Nações (VNL): Ouro (Lódz 2025)
- Campeonato Europeu: Ouro (Bulgária/Croácia/Romênia/Sérvia 2021)
Texto de despedida de De Gennaro
“Chegou o momento de dizer adeus à camisa azzurra. Uma camisa que amei profundamente, que respeitei em cada gesto, que honrei entregando alma, corpo e coração em cada partida, por quase vinte anos da minha vida. Eu sabia há tempos que este seria o meu último verão com o tricolor no peito. Guardei isso em silêncio, por respeito à Federação, à comissão técnica, às minhas companheiras de equipe. Optei por não falar sobre isso, por me manter concentrada, por viver cada instante como se fosse o primeiro. E o último.
Evitei as perguntas, sorri para as curiosidades, dissimulei. Porque primeiro eu queria lutar. Lutar por aquela última taça que faltava a este grupo extraordinário. Agora, no entanto, sinto que os tempos estão maduros. É justo dar um passo para trás, abrir espaço para os novos talentos que estão a crescer, fortes e prontos, e que tenho certeza que saberão escrever páginas ainda mais belas do que aquelas que já vivemos.
Admito, vou sentir falta de tudo. Sentirei falta de viajar, treinar, entrar em campo com o orgulho de representar a Itália. Sentirei falta das risadas no vestiário, do esforço nos treinos, até mesmo das decepções, porque também elas nos tornaram mais fortes. Mas, acima de tudo, sentirei falta das emoções. Aquelas verdadeiras, potentes. As vitórias partilhadas com companheiras excecionais, mulheres e atletas extraordinárias com quem percorri um caminho inesquecível.
A elas vai o meu obrigado mais sincero. Por cada dia passado juntas, por cada objetivo alcançado, por cada lágrima e cada sorriso partilhado. Agradeço aos Treinadores (CTs) que acreditaram em mim, que me escolheram, treinaram, e me incentivaram.
Um agradecimento especial vai para a minha família: sempre ao meu lado, nos momentos bons e sobretudo nos mais difíceis, quando esta camisa pesava tanto, mas nunca o suficiente para me fazer desistir.
Agora, porém, esse momento chegou. Adeus, Seleção. A partir de hoje haverá uma nova torcedora na bancada, uma nova voz em frente à televisão.
Mas o meu coração estará sempre lá, convosco. Obrigada, camisa azzurra. Com amor infinito, a tua Moki”.
