Vôlei

Sheilla explica diferenças entre Brasil e outras potências do vôlei: ‘Sou mais valorizada fora’

Multicampeã no vôlei, Sheilla relata homenagens e recepções carinhosas fora do Brasil: 'Nem na Superliga existe isso'

Bicampeã olímpica em Pequim 2008 e Londres 2012, a ex-jogadora Shiella Castro explicou as diferenças de tratamento no Brasil e em outras potências do vôlei, como Estados Unidos e Japão. Em participação no podcast Futboteco, nessa segunda-feira (20/10), a ex-oposta disse receber, fora do país, maior reconhecimento e valorização pelos feitos no esporte.

“Não vou falar que não sou parada nas ruas, não é isso. Mas as pessoas que acompanham o esporte e sabem que sou bicampeã olímpica valorizam muito mais um ouro olímpico do que no Brasil. Lembro uma vez que a gente estava no Japão com a Seleção Brasileira, em 2019. Eu estava três anos fora e voltei. A Fabi [ex-líbero da Seleção], que é minha amiga, iria conversar com o presidente do clube dela, mas ela não falava tão bem inglês e pediu para eu descer junto”, iniciou a explicação.

“Ela ia jogar no Japão. Na hora que a gente desceu e estava andando no hotel, o presidente e o intérprete se olharam. Quando a gente começou a conversar, o presidente falou assim: ‘Não acredito que eu estou na frente de duas bicampeãs olímpicas’. Então, para o mundo do esporte, sim, somos mais valorizadas”, acrescentou Sheilla.

“Por exemplo, a gente foi para a final da Liga dos Estados Unidos agora. A gente estava em um assento só nosso, na primeira fileira dentro da quadra, para a gente se sentar ali. Não existe isso no Brasil. Nem na Superliga. Então, sim, somos mais valorizadas fora”, ressaltou a ex-atleta de 42 anos.

Carreira multicampeã de Sheilla no vôlei

Sheilla é uma das maiores jogadoras da história do vôlei feminino. Ela encerrou a carreira em 2022, quando atuava na liga dos Estados Unidos.

Nascida em Belo Horizonte, a ex-oposta foi revelada pelo Mackenzie e se transferiu para o Minas em 2000, aos 17 anos.

No clube da Rua da Bahia, conquistou a Superliga de 2001/2002 e, a partir daí, deslanchou, com passagens por equipes do exterior e pela Seleção Brasileira.

Ela voltou a ser atleta minas-tenista no fim da carreira – foi o último clube pelo qual atuou no Brasil. Nessa derradeira passagem, foi campeã do Sul-Americano de Clubes de 2019/2020.

Com a camisa da Seleção Brasileira, o currículo é recheado. Além dos dois ouros olímpicos, em Pequim 2008 e Londres 2012, foram três medalhas em mundiais (duas pratas, em 2006 e 2010, e um bronze, em 2014), sete ouros em Grand Prix (2005, 2006, 2008, 2009, 2013, 2014 e 2016) e duas taças da Copa dos Campeões (2005 e 2013). 

Compartilhe
Sair da versão mobile