Lidar com a frustração pode ser desafiador. A central Júlia Kudiess, do Minas, enfrentou avalanche de sentimentos ao se lesionar e ficar fora da Olimpíada de Paris de ‘última hora’. A jogadora de vôlei era cotada para compor a lista do técnico Zé Roberto, mas teve o sonho de disputar os primeiros Jogos Olímpicos adiado.
No fim de maio, em meio a disputa da Liga das Nações (VNL) pela Seleção Brasileira, Júlia deixou a quadra aos prantos após cair de mal jeito e sentir fortes dores no joelho direito. A atleta teve, então, constatada a lesão do ligamento cruzado anterior (LCA) e precisou passar por cirurgia dias depois.
Ao No Ataque, Júlia disse que o ‘baque’ da lesão foi conturbado no início: “Confesso que no início foi difícil, não entendia um porque e tinha uma frustração enorme pelo que aconteceu. Hoje posso dizer que estou lidando muito bem, curtindo o processo e amando ver a evolução dia a pós dia.”
Mesmo longe das quadras, a central vai a Paris. Isso porque ela foi selecionada para participar do Programa Vivência Olímpica – em que atletas brasileiros vão viver os Jogos Olímpicos, dias de treino e vários bastidores da competição. Ao receber a notícia, Júlia se emocionou e mirou alto – ela deixou claro o desejo de estar nos Jogos de Los Angeles.
A atleta falou da ansiedade pelo momento e da experiência que vai viver ao lado da Seleção Brasileira, mesmo que seja da arquibancada.
“Ao longo dos últimos anos, me preparei todos os dias para melhorar e crescer em todos os pontos necessários para me tornar uma atleta diferenciada. Acredito que essa ansiedade seja boa e ela me traz muita motivação para trabalhar ainda mais”, disse.
Júlia estimou ainda o prazo para se recuperar da lesão: “Existe um protocolo do clube, são 36 semanas de tratamento até a minha volta, além disso tenho que atingir os objetivos para poder voltar gradativamente as quadras”.
Dessa forma, ela estaria de volta às quadras apenas no início do ano que vem. Durante o longo processo de tratamento, a atleta disse que tem buscando inspirações para se fortalecer.
“Nesse momento tenho buscado me inspirar em atletas que passaram pela mesma situação que eu, acredito que seja uma fonte de inspiração para me ajudar agora”, falou.
Por fim, a central garantiu o foco da Seleção na busca pela medalha de ouro: “Tenho certeza que todo mundo que está ali se entrega de corpo e alma para o nosso sonho mútuo, que é buscar o ouro. Vou estar torcendo muito por toda a equipe.”
