JOGOS OLÍMPICOS

Como torcedores mineiros se planejaram para ir a Paris 2024?

Torcedores de várias partes de Minas Gerais acompanham in loco os Jogos Olímpicos na capital da França após anos de planejamento
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Numa madrugada de 2021, Silas Falcão, 36, e a esposa Gabriela Haddad, 31, assistiam de casa às disputas em Tóquio, quando tiveram uma ideia: juntar dinheiro mensalmente para viajar para os próximos Jogos Olímpicos. Três anos depois, o casal de servidores públicos de Belo Horizonte realiza o sonho em Paris. E trouxeram com eles outras três pessoas.

“Foi um planejamento de longo prazo para conseguir estar aqui agora”, conta Silas. Ele lembra que convidou o irmão, o gerente de vendas Ciro Falcão, 33, e o amigo Rodrigo Oliveira, engenheiro, 35. Depois, disse que teve o trabalho de “convencer” a mãe, Ieda Pereira, 68. De bate-pronto, a aposentada rebate o filho, com bom-humor, e garante: não precisou ser convencida.

“An… Me ‘convenceram’… Caraca! Adoro esporte, amo todos os esportes, acompanho tudo, torço. É sonho estar na Olimpíada, em Paris, então, nem se fala. Eles (os filhos Silas e Ciro) me deram este presente”, sorri, ainda agitada pelo grande jogo entre Brasil e Hungria pela segunda rodada do handebol feminino, na South Paris Arena 6. A Seleção Brasileira levou um gol a três segundos do fim e perdeu por 25 a 24.

Histórias como essa são compartilhadas por vários mineiros que estão na ‘Cidade Luz’ durante os Jogos Olímpicos. São muitos espalhados não apenas pelas arenas, mas também em pontos turísticos na região central da cidade, como a Torre Eiffel, o Museu do Louvre e outros locais – que, durante a Olimpíada, estão mais cheios que o normal.

“São três anos planejando essa viagem. Economizamos muito e fomos comprando as coisas aos poucos. Comprar os ingressos foi super angustiante, várias sessões estavam esgotadas. Estamos bem animadas para conhecer as arenas, especialmente de vôlei de praia. Vamos conhecer a cidade e passar pelo máximo de pontos turísticos possíveis”, contou a publicitária Gabriela Teixeira, 28, que chega a Paris com a engenheira Marina Teixeira, 33, e a economista Arianne Luna Campos, 36. As três são de BH.

“Vou ver o Brasil na ginástica. Estou bem animada para ver a Rebeca. Estou achando a cidade o máximo. Conhecer Paris no momento da Olimpíada está sendo surreal, com tanta gente de tantos lugares diferentes”, vibra a bióloga Brenda Silva, 41, que saiu de Itabira, na Região Central do estado. Ela viajou com o amigo Ivan de Souza, 44, professor e apaixonado por vôlei – não à toa, estava com a camisa do Minas Tênis Clube pelas ruas da capital francesa.

Ivan de Souza e Brenda Silva saíram de Itabira para acompanhar o Brasil em Paris - (foto: João Vítor Marques/EM/D.A Press)
Ivan de Souza e Brenda Silva saíram de Itabira para acompanhar o Brasil em Paris(foto: João Vítor Marques/EM/D.A Press)

Novo ritual?

Desde criança, a jornalista Juliana Rezende, 29, cumpre o ritual de ligar a TV e assistir durante o dia todo às disputas do Brasil nos Jogos Olímpicos. Desta vez, não será possível. Mas por um bom motivo. A mineira de BH chegou nesse sábado (27/7) em Paris para acompanhar uma Olimpíada fora do país pela primeira vez na vida.

Juliana Rezende, jornalista belo-horizontina - (foto: João Vítor Marques/EM/D.A Press)
Juliana Rezende, jornalista belo-horizontina(foto: João Vítor Marques/EM/D.A Press)

Eufórica com a oportunidade, ela brinca que, no fundo, também sente falta de poder acompanhar todos os esportes – sem precisar escolher quais ingressos comprar. “Por exemplo, não consegui ver a (Cerimônia de) Abertura, porque estava resolvendo questões burocráticas da viagem. Fiquei triste (risos)… Mas é isso. Assistir daqui é muito bom, estou muito, muito feliz, mas dá aquele sentimento de não conseguir ver por completo”, disse.

Onde há atletas brasileiros competindo, há mineiros nas arquibancadas em Paris. Com camisas de Atlético e Cruzeiro ou com o amarelo do Brasil, eles reforçam o coro pelas vitórias e, consequentemente, as medalhas. E assim deverá ser até o fim dos Jogos Olímpicos, em 11 de agosto.

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